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Apeadeiro da Mata

Apeadeiro da Mata

30
Jan22

A Oliveira foi ao Esteticista!

Francisco Carita Mata

A Oliveira Milenar teve Direito a tratamento estético.

Oliveira Milenar I. Foto Original. 2022.01.12.jpg

Exercido o “Direito e Dever de Voto”, rápido, rápido, sem demoras desnecessárias nem atropelos, vamos postar sobre Árvores. Melhor, sobre uma Árvore com História e com histórias.

Quase a meados do mês, pelo “Caminho da Tapada do Sabugueiro”, tantas e tantas vezes percorrido, ao longo de mais de vinte anos, fui “visitar a Oliveira Milenar”, com o objetivo de a medir, no sentido de extrapolar possível datação.

Deparei com ela assim arranjada, conforme apresento, segundo os diversos pontos cardeais.

Vista do lado Sul

Oliveira Milenar II Sul. Foto original. 2022.01.12.jpg

Vista do lado Leste

Oliveira Milenar III. Leste. Foto original. 2022.01.12.jpg

Vista do lado Norte

Oliveira Milenar IV. Norte. Foto Original. 2022.01.12.jpg

Vista do lado Oeste

Oliveira Milenar V Oeste. Foto original. 2022.01.12.jpg

Gosto de ver as Árvores assim podadas. Só receio pelo tempo que temos tido. Nada de nada, de chuva. Vento muito seco e frio. E calor, à torrina do sol! E noites geladas.

Esperemos que a Natureza consiga superar as dificuldades deste Inverno sem chuva.

A Árvore milenar já terá passado e resistido a tempos semelhantes.

Vista da Oliveira, enquadrada nos raios de sol e com vista do perfil da Aldeia e da sempre presente e icónica “Araucária de Norfolk”, outro emblema da Povoação.

Oliveira Milenar VI. Raios de Sol. Foto original. 2022.01.12.jpg

Estas Árvores antigas tornam-se em verdadeiros ecossistemas de outras plantas, animais e outros seres vivos.

Uma colónia de musgos e pequenos “fetos”.

Oliveira Milenar VIII. Foto original. 2022.01.12.jpg

As medidas?!

Perímetro da base, ao nível do solo: 8m e 21cm.

A 1m e 40cm do solo, mais ou menos a meio do tronco, mede, de perímetro, 5 metros.

A altura máxima do tronco são 2m e 77cm.

Fazendo extrapolação sobre possível idade, a partir de outras oliveiras datadas, esta também andará aí pelos dois mil anos. (Todavia, não tenho qualquer pretensão sobre uma datação exata.)

 

28
Jan22

A Ribeira das Pedras e as Cheias

Francisco Carita Mata

Viagem pelo Património de Aldeia da Mata!

Marcas Cheias Ribeira das Pedras. Foto original. 2022.01.12.jpg

Nos postais anteriores sobre a Ponte da Ribeira das Pedras, apresentei fotos de inscrições numa pedra, na margem direita e Norte da Ribeira, em que estão assinaladas marcas de duas grandes cheias, ocorridas em 1941 e 1959.

Conhecia a marcação da grande cheia dos anos cinquenta, lembrava-me da inscrição, embora julgasse que a data era de 57. Tinha e tenho ideia dessa cheia, era eu criança.

Em finais de Dezembro e início de Janeiro, resolvi ir até à Ribeira com o objetivo de, além de tirar fotos à ponte, ribeira e passadeiras, fotografar também essa pedra com as inscrições evocativas. Não tinha conhecimento da referência à cheia de 1941. Pelo menos não me lembrava.

Pedra com musgos I. Foto Original. 2021.12.24.jpg

A pedra em molde de “quadro”, resultante de corte nela efetuado, estava coberta de musgos e líquenes, conforme a foto anterior documenta.

Fora munido de escova e vassoura e limpei a pedra, o melhor que pude, para visualizar os registos. De certo modo surpreendi-me com a referência a 1941 e constatei que a cheia da década de cinquenta ocorrera em 1959.

Pedra com as datas. Foto Original. 2022.01.21.jpg

Interessante esse registo efetuado.

Do trabalho pictográfico de 1941, desconhecemos a respetiva Autoria. Mas é relevante notar que o respetivo Autor fez o algarismo quatro (4), em espelho. Quem terá sido o Artista?!

Registo de 1941. Foto Original. 2022.01.21.jpg

A marcação de 1959 tem Autoria. Simultaneamente com a datação e o risco assinalando até onde chegou a água, estão as iniciais dos nomes dos Autores: FCA e JBG.

Marcação de 1959. Foto original. 2022.01.12.jpg

Estes senhores, atualmente já falecidos, à data, eram jovens. Trabalhavam nas pedreiras. Daí terem concretizado a interessante ideia de registarem na pedra a ocorrência do transbordo da Ribeira, nesse ano de 1959. Assim fica para memória futura a lembrança de tal facto. Talvez também influenciados pela sinalização de 1941. (Suposições minhas.)

É também importante precisar que ambas as ocorrências aconteceram em Janeiro: 22 – 1 – 1959 e 23 – 1 – 41. Quase no mesmo dia!

Marcas Cheias Ribeira das Pedras. Foto Original. 2022.01.21.jpg

E estamos a falar de cheias e consequentemente chuva e, neste Inverno, mal choveu. Acaba-se Janeiro e não vemos água! A água faz muita falta, embora também nos aborreça!

E com este postal abordamos novamente Património Material e Imaterial de Aldeia da Mata. Natural e Humanizado. A Ribeira, a Ponte, as Passadeiras e a Memória das Cheias, também eternizadas materialmente, no registo pictográfico na pedra!

 

25
Jan22

A Ribeira das Pedras e a Ponte.

Francisco Carita Mata

A Ponte precisa ser arranjada!

Ponte  da Ribeira das Pedras. Foto Original. 2021.12.24. jpg

A Ribeira precisa ser limpa!

Ribeira das Pedras. Foto Original. 2021.12.24.jpg

Se olharmos com atenção as fotos apresentadas no postal anterior e as que apresentamos neste, podemos observar que a Ponte precisa de obras de reparação.

Quem observar, in loco, ainda poderá constatar melhor. Os parapeitos precisam de trabalhos de manutenção urgentes.

Ao observarmos a estrutura da ponte, no lado a jusante, podemos verificar que há árvores nascidas na respetiva estrutura. Algo que é preciso erradicar e colmatar os respetivos danos.

Ponte a jusante. Foto original. 2021.12.24.jpg

Face ao contexto que vivemos e às promessas de verbas disponíveis, até se impõe remodelar a Ponte, alargando-a.

Ponte lado Norte. Foto original. 2021.12.24.jpg

As fotos tiradas do lado Norte e do lado Sul, permitem visualizar essa possibilidade, permitindo estruturar a estrada sem a curva criada pela Ponte.

Ponte lado Sul. Foto Original. 2021.12.24.jpg

(Quando ela foi construída, não sei a data, presumo inícios do século XX ou finais do XIX, os construtores instalaram a ponte no local onde a Ribeira era mais estreita.)

É possível, mantendo a estrutura base, projetar uma nova ponte, anexa ou sobreposta a esta, instalando pilares a montante. Haja engenho e arte!

Inscrições na pedra sobre cheias. Foto original. 2022.01.21.jpg

Caso esta hipótese venha a verificar-se, não esquecer as cheias irregulares, conforme mostram as inscrições respeitantes a 1941 e 1959. Em 1975, também houve uma grande cheia. Nestas cheias, os parapeitos atuais funcionam como paredes de retenção, impedindo a água de escoar. Numa futura ponte equacionar a hipótese de os resguardos serem mais abertos.

São apenas sugestões! Que valem o que valem!

Mas que a Ribeira precisa de uma Ponte mais adequada, precisa. E a atual necessita arranjos urgentes, necessita!

(Porque é que terá de ser tudo para Lisboa e Porto?! Pontes e mais pontes?!)

O Interior também precisa de boas estradas, em condições, pontes, ferrovias, etc.

Se não formos nós a pugnar por isso, quem será?!

E a Ribeira precisa de limpeza, precisa, sim. As fotos são elucidativas.

Ponte, Ribeira e Pedras!

Ribeira Ponte e Pedras. Foto Original. 2021.12.24.jpg

 

 

24
Jan22

A Ponte da Ribeira das Pedras

Francisco Carita Mata

 

 

Ponte da Ribeira das Pedras a montante. Foto Original. 2022.01.12.jpg

Por agora, concluímos o “Roteiro das Fontes Públicas” de Aldeia da Mata.

Mas continuamos na divulgação do respetivo Património Material.

Neste postal, faremos uma viagem à Ribeira das Pedras e à respetiva Ponte.

Ponte Ribeira das Pedras a jusante. Foto original. 2021.12.24.jpg

A “Ribeira das Pedras” é um excerto da Ribeira que contorna Aldeia da Mata, a Norte e a Oeste, simultaneamente perto, permitindo que Aldeia tenha dela beneficiado ao longo de séculos e relativamente distante, de modo que não tenha prejudicado a povoação, nas ocasionais cheias.

Registo de cheias de 1941 e 1959. Foto original. 2022.01.21.jpg

Esta Ribeira, cujo nome oficial é “Ribeira de Cujancas”, vai adquirindo diferentes nomenclaturas ao aproximar-se da Localidade e só volta a adquirir o nome oficial já bem afastada, quando chega à ponte ferroviária da Linha de Leste, quando esta transpõe a Ribeira.

Que eu conheça tem os seguintes nomes, de montante para jusante: Ribeira da Vargem, Ribeira das Caldeiras, entre estes dois excertos tem o Moinho do Ti Luís Belo. A seguir ao trecho das Caldeiras, tem a parte que hoje documentaremos: Ribeira das Pedras. (Entre estes dois excertos também tem um moinho, precisamente o “Moinho das Caldeiras.) Segue-se Ribeira da Lavandeira, Ribeira do Salto, Ribeira do Porcozunho, Ribeira da Tapada Grande, Ribeira do Salgueirinho, Ribeira da Midre, Ribeira da Lameira. E, finalmente, readquire o nome de batismo, ao chegar à ponte da Linha do Leste: Ribeira de Cujancas!

Hoje postamos sobre “Ribeira das Pedras”! E a respetiva Ponte.

Estrada sobre a Ponte. Foto Original. 2021.12.24.jpg

Já apresentámos imagens da Ponte, a montante e a jusante da Ribeira. Também de registos, gravados na pedra, de cheias excepcionais, ocorridas em 1941 e em 1959! Da estrada que a percorre, vista do lado Norte.

Seguiremos com mais imagens globais:

As "Passadeiras"!

Passadeiras. Foto original. 2022.01.21.jpg

A Nora

Nora. Foto Original. 2022.01.12.jpg

Árvores Autóctones:

Sobreiro

Sobreiro. Foto Original. 2022.01.12.jpg

Freixo

Freixo.  Foto Original. 2021.12.24.jpg

17
Jan22

Fontes Públicas da Aldeia

Francisco Carita Mata

Síntese Avaliativa

Na senda de divulgação do Património de Aldeia da Mata, publicámos vários postais, inicialmente em “Aquém-Tejo” e, após a criação de “Apeadeiro da Mata”, principalmente neste blogue.

Sobre as pontes, as ribeiras, as fontes, as passadeiras, as paisagens, monumentos geológicos, a casa-museu, as ruas, as casas…

Também Património Imaterial: Poemas de vários conterrâneos, cantigas tradicionais, lengalengas

Em “Apeadeiro”, o último grande tema desenvolvido foram as Fontes. Através de fotos, de algumas opiniões e comentários meus e, muito especialmente, dos “Livros do Srº João, em prosa e em verso:

Sobre as Fontes, apresentei postais sobre:

Fonte de Alter

Fonte de Alter. Foto Original. 2021.12.01.jpg

Fonte do Boneco

Fonte do Boneco. Foto original. 2021.12.01.jpg

Fonte da Ordem

Fonte da Ordem. Foto original. 2021.07.09.jpg

Fonte da Bica

Fonte da Bica. Foto original. 2021.07.09.jpg

Fonte do Salto

Fonte do Salto. Foto Original. 2021.07.11.jpg

Fonte das Pulhas

Fonte das Pulhas. Foto Original. 2021.07.08.jpg

As três últimas são as que dispõem de melhores águas, sendo, todavia, diferentes. São também as que são mais procuradas. São as três aonde também vamos com mais ou menos regularidade.

Algumas considerações se me oferecem referir:

É imprescindível limpar todos os anos o espaço circundante das fontes. A respetiva pintura não precisará de ser anual, todavia com a regularidade necessária. Os caminhos arranjados, segundo as possibilidades.

As respetivas arcas e a água existente, limpas interiormente, também de forma periódica.

As águas destas três últimas fontes, as que são mais procuradas, deveriam ser analisadas com a regularidade possível.

É fundamental criar “Percursos Pedestres” na Aldeia, que incluam as Fontes, as Passadeiras e as Pontes. Devidamente organizados, publicitados, promovidos, são suscetíveis de atrair pessoas.

(Três destas fontes foram incluídas, em meados de 2021, num Percurso Pedestre Histórico, que parte do Mosteiro de Flor da Rosa e termina na Anta de Aldeia da Mata. São elas, as Fontes do Boneco, da Ordem e da Bica. Percurso esse que, sendo histórico, paradoxalmente, não inclui as “Alminhas”!)

 

Os utentes das Fontes deverão ter o cuidado de não deixarem lixos e, sempre que possam, deslocar-se a pé até elas. Andar a pé, caminhar, faz muito bem à saúde. Se não puderem com um garrafão, levem uma garrafa.

 

E já que estamos em “maré eleitoral”, nas últimas “Eleições Autárquicas”, uma das candidaturas propunha criar um “Parque de Merendas” na Fonte do Salto. Discordo em absoluto dessa proposta. O espaço é curto e acidentado para tal fim e o pior de tudo, seria uma fonte de lixos, de todas as naturezas e feitios. A Fonte, de certeza, caso pudesse opinar, também discordaria.

Deixem a Fonte como está, cumprindo a sua função primordial: fornecer água a quem lha pedir, que a dá de muito boa vontade. Não a regateia.

Bebam boas águas, SFF. Andem a pé! Ide à Fonte, com regularidade! 

 

Caro/a Leitor/a, se tivesse que escolher uma Fonte, qual delas escolheria?

Muito Obrigado!

 

16
Jan22

Fonte de Alter: Poesia de J. G. da Purificação

Francisco Carita Mata

Quadras do Sr. João: João Guerreiro da Purificação

Fonte de Alter I. Foto Original. 2021.12.01.jpg

«Fonte de Alter»

Fonte de Alter II. Foto Original. 2021.12.01.jpg

«Se vou e venho da estação

Ou andar por ali perto

Bebo à bica com a mão

No seu correr sempre certo.

 

Foi de mergulho e servia

Pois muita sede tapou

Já lá vai longe esse dia

Hoje só a saudade ficou.

 

Não é a fonte mais querida

Das fontes que nos dão de beber

Mas foi há muito concorrida

Quando de mergulho podem crer.

 

Não sei qual foi a intenção

Em ser a FONTE DE ALTER

Seria por ALTER DO CHÃO?

Ou por outra coisa qualquer?

 

Não interessa o nome que tem

Para a ALDEIA tanto faz

Mas o bem que a fazer vem

Desde agora para trás.

 

Se à cabeça da mulher

O asado já não se vê

Não deixa de ser FONTE D’ALTER

Com água à nossa mercê.»

In. “ANTA” Poesias - João Guerreiro da Purificação – Aldeia da Mata – 1992 – Edição de Autor – Gráfica Almondina, Torres Novas. (pag. 60)

Caminho do Apeadeiro. Foto Original. 2021.12.01.jpg

Esta Fonte, no caminho do Apeadeiro, junto à estrada para Alter do Chão, quase no respetivo concelho, que o limite da freguesia de Aldeia da Mata e concelho do Crato fica muito perto, a Sul, na direção da referida Vila.

Na divulgação do Património de Aldeia da Mata continuamos com as Fontes, especificamente a “Fonte de Alter”, já apresentada no blogue.

Mas o realce é a Poesia do “Sr. João” – João Guerreiro da Purificação, sobre esta Fonte em particular, como já aconteceu relativamente a outras Fontes públicas. Divulgamos assim também “Património Imaterial de Aldeia da Mata”!

Fonte Alter V. Foto Original. 2021.12.01.jpg

Caro/a Leitor/a, espero que tenha gostado. Obrigado.

 

15
Jan22

Fonte do Boneco: Poesia de J. G. da Purificação

Francisco Carita Mata

Quadras do Sr. João: João Guerreiro da Purificação 

Fonte do Boneco I Foto original. 2021.12.01.jpg

«Fonte do Boneco»

 

«A nossa Fonte do Boneco

A nenhuma se pode igualar.

Não tem fama a fazer eco

Para dela se ouvir falar.

 

Se não é muito procurada

E o povo dela se esquece

Ela no Verão não corre nada

Quando a água mais apetece.

 

Nome engraçado ela tem

Para não nos ser esquecida

Se não fosse a rir alguém

Brincava com ela toda a vida.

 

Tem um feitio diferente

De todas as que há por aí

Por isso o diz muita gente

Fonte tão linda está ali.

 

Mesmo correndo se espera

Nesta fonte quando corre

Já vem assim de larga era

Até ao Verão quando morre.

 

Fica perto do povoado

Sem safras nem má caminho

Por isto ao povo tem dado

Amor e muito carinho.»

Fonte do Boneco III. Foto original. 2021.12.01.jpg

 In. “ANTA” Poesias - João Guerreiro da Purificação – Aldeia da Mata – 1992 – Edição de Autor – Gráfica Almondina, Torres Novas. (pag. 59)

Placa de Caminho para Fonte. Foto Original. 2021.07.09.jpg

Continuamos com as Fontes públicas de Aldeia, aquelas aonde habitualmente os habitantes iam buscar água para as necessidades básicas: para beber, para confecionar alimentos, para higiene. Antes de haver água canalizada ao domicílio. Ir buscar água às fontes era uma tarefa quase exclusiva do sexo feminino.

E também onde levavam os animais a beber. Esta era uma tarefa predominantemente masculina.

Bebedouro do gado. Foto Original. 2021.12.01.jpg

Esta fonte, atualmente, desde meados de 2021, está incluída nos Roteiros de Percursos Pedestres. Num “Percurso Histórico”. Escreverei sobre o tema. Muita Saúde e muito Obrigado.

Caro/a Leitor/a, espero que tenha gostado do passeio, cujo caminho a foto seguinte documenta.

E das bonitas e sugestivas Quadras do "Srº João", formando a linda Poesia transcrita, com a devida vénia e reconhecimento. Faz parte do "Património Imaterial" de Aldeia da Mata.

Renovados Agradecimentos!

14
Jan22

Fonte do Salto: Poesia de J. G. da Purificação

Francisco Carita Mata

Quadras do Sr. João: João Guerreiro da Purificação 

Fonte do Salto e penedos. Foto Original. 2021.09.05.jpg

«Fonte do Salto»

Fonte do Salto. Frontaria. Foto Original. 2021.09.05.jpg

«Ó velha fonte do Salto,

Quem não te esquece sou eu

Nem as pedras lá do alto

Parecendo tocar o céu.

 

Ó linda fonte velhinha,

Com nascente numa frágua

Que tens toda a avezinha

Gostando da tua água.

 

Tu és rainha, como fonte,

Deixa-me dizer-te baixinho

Não ouça a fonte do Monte

A das Pulhas e Salgueirinho.

 

Já não ouves as crianças,

Brincando despreocupadas,

Nem o roçar das suas tranças

Nas tuas bicas douradas.

 

Junto a ti algumas asneiras

Eram ditas com doçura

Por lindas moças solteiras

Sorvendo a água pura.

 

Nem o eco perto ficou

Das cantigas doutra era

Toda a alegria acabou

E na Fonte havia espera.

 

Eu bem sinto o teu sofrer,

Assim como o rosmaninho,

Só quem pára para beber

É quem passa de caminho.

 

Só não muda a tua água

Saída das tuas bicas

Vem o tempo cura a mágoa

Tudo passa e tu ficas.

 

Tens a ribeira à tua frente

Correndo ao seu destino.

Ó Salto, fica contente

Não te julgues sozinho.

 

Estás aonde estamos

Esta verdade é certa

De ti todos te lembramos

Quando a sede aperta.»

 

In. “ANTA” Poesias - João Guerreiro da Purificação – Aldeia da Mata – 1992 – Edição de Autor – Gráfica Almondina, Torres Novas. (pag.s 16 e 17)

Fonte do Salto. Perspetiva de SW. Foto Original. 2021.09.05.jpg

Com este Postal Nº 39, em “Apeadeiro”, continuamos na divulgação do Património Material e Imaterial de Aldeia da Mata.

Retornamos às Fontes e, em Poesia! Lindas e sugestivas Quadras do Sr. João.

(Não sei quando esta Poesia terá sido escrita. Nela, o Autor lamenta, com nostalgia, o facto de a Fonte já não ser procurada para buscar água. Já havia distribuição da dita ao domicílio. Facto ocorrido na segunda metade da década de sessenta. O livro foi publicado em 1992. A criação das quadras terá ocorrido entre estas datas, suponho eu, claro!)

Continuaremos em futuros postais com esta temática das Fontes.

Caro/a Leitor/a: Muito Obrigado pela sua atenção. Votos de muita Saúde.

 

03
Jan22

Visita a Casa-Museu: Aldeia da Mata

Francisco Carita Mata

Uma Visita de Saudade!

(22 de Dezembro de 2021 - 22/12/2021)

Tivemos o privilégio de concretizar uma visita, acompanhados por Guia de Excelência, à Casa-Museu de Aldeia da Mata, no dia vinte e dois de Dezembro, ao final da manhã. Tendo acompanhado a criação da Casa-Museu, conhecedora da origem de muitas das peças, dos donos primitivos, que amavelmente as ofereceram para a respetiva criação, de algumas estórias a elas associadas, ficámos a conhecer melhor o espólio. Também sobre as principais protagonistas na recoleção do acervo.

Haveremos de voltar!

Visitar uma Casa-Museu não é o mesmo que uma visita a um Museu. Ademais numa Aldeia. O espólio não poderá ser observado apenas pelo respetivo valor material, mas também pelo lado afetivo. Mas isso também poderá dizer-se do espólio de qualquer outro museu. Só que, nos museus mais clássicos, o valor material intrínseco às peças fará esquecer o lado afetivo associado a quem as obteve para o museu.

As peças expostas, estruturadas habitualmente por conceitos temáticos, resultaram de doações feitas pela Comunidade Aldeã. A maioria dos Doadores já não está entre nós, no “Mundo dos Vivos”.  Fica a respetiva Memória documentada nos objetos em exposição, lembrando-nos as respetivas vivências.

É por isso que a visita dos Descendentes, espalhados na “Diáspora Alentejana”, é um ato de celebração dum passado, desconhecido para a maioria de nós, um reavivar da nossa História Coletiva.

Gostámos muito da visita!

Apresentamos nas fotos dois conjuntos de peças:

Uma cantareira - "Estante de vinte pratos" e cinco tigelas.

Estante de 20 pratos. Foto Original. 2021.12.22.jpg

E um conjunto de medidas de cereais e algumas ferramentas de alguns ofícios.

Ferramentas e medidas de secos. Foto original. 2021.12.22.jpg

Algumas sugestões:

Frisar o que já referi em postal anterior: a Casa-Museu precisa ter um horário de visitas definido.

Deverá ser mais divulgada. Comparecendo também nos Roteiros Temáticos de Visitas do Concelho e da Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo.

Aldeia da Mata precisa de alargar o conceito de Casa-Museu. Criando um Centro Interpretativo ligado às Atividades Profissionais, nomeadamente os Ofícios Tradicionais. E, muito especificamente, os ligados às Atividades Agrícolas.

Locais para concretizar há. As antigas Escolas Primárias poderão adaptar-se a tal fim. Uma destinada aos aspetos referentes ao ENSINO. E outra para Centro Interpretativo de OFÍCIOS, alguns, pelo menos.

Para a AGRICULTURA há um espaço que julgo interessante, embora seja particular. Mas tem disponibilidade para grandes peças.

Material para constituição destas extensões de “Casa-Museu” não faltará de certeza.

Por mim, falo!

Muita Saúde. Excelente Ano de 2022! “Um ANO BOM!”

 

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