A Ponte da Ribeira do Salto.
(Efeitos das Cheias)
Quando escrevi este postal, ontem, domingo, oito de Janeiro, esteve ainda a chover. Que São Pedro não se esqueceu de nós, tantos anos temos andado a pedir chuva, que a seca nunca mais acabava… Pois, agora, já estamos fartos! Tanta encomenda fizemos, que o Santo está a dar despacho a tudo, que não sabemos quando acabam as cheias e começa outra vez a seca. Uma seca! Ou não há fome que não dê em fartura! (Hoje, 09/01/22, 2ª feira, o tempo melhorou. Está sol, já fui às ribeiras e aos campos, passear e fotografar. Mas não são essas fotos que publico, ainda.)
Antes de continuar, convém frisar que as pontes depois destas toneladas e toneladas de águas furiosas arremessadas às respetivas estruturas, aos arcos, aos parapeitos, precisam de uma revisão técnica, por profissionais competentes. Para além dos arranjos inerentes, claro! Mas isto toda a gente sabe, infere, deduz. Estou eu prá ‘aqui a pregar padre nosso ao vigário…!
(Já por diversas vezes estive junto à ponte referida, mas ainda não me atrevi a atravessá-la! Hoje também não, apesar de já estar devidamente sinalizada de perigo.)
As imagens pretendem sequenciar uma narrativa sobre a ponte, mostrando os efeitos das enxurradas. A do Salto parece que levou uma sova de todo o tamanho, tal o aspeto com que ficou!
Foto de 22 de Dezembro, tinham estado os funcionários da Junta a queimar uns troncos e ramos que estavam a montante. Ainda corria razoavelmente.
Foto de 30/12/22, também do lado de montante, já correndo muito menos.
Imagem de 20/12/22, dia da Cheia, de tarde, depois das 16h.
(A estrutura completamente submersa, observando-se o efeito cascata, derivado da obstrução provocada pela ponte.)
E para comparar com a situação anterior, relativamente próxima temporalmente, fotos de 23 de Setembro. Situação completamente diferente, quanto ao caudal da Ribeira. Corria um fiozinho, parte proveniente da Fonte, que corre todo o ano uma água excelente e também da ETAR, situada a montante do Salto e a jusante da ribeira das Pedras, de que falaremos noutro postal. (São fotos originais, mas não de minha autoria.)
Estrutura da ponte, a montante
Perspetiva da estrutura da ponte, a jusante
(Esta Ponte é um monumento singelo, rústico, tosco, mas perspetiva um sentido muitíssimo prático e inteligente na respetiva construção. Uma Obra de referência e Monumento notável, face aos diversos condicionalismos e contextos. É só observar bem as fotos!
Tradicionalmente, supõe-se, refere-se, ser de origem romana. Inspirada no conceito das respetivas pontes foi certamente, que existem várias pela região norte alentejana. E esta inspira-se nessas pontes, nomeadamente no arco. Todavia, não atinge a perfeição daquelas de que se tem a certeza do facto de serem romanas. A de Vila Formosa, por ex.
Por outro lado, surpreende-me que nas Memórias Paroquiais, tanto nas de 1758, como nas de 1747, a ponte não venha referenciada.
Mas isso poderá não querer dizer absolutamente nada.)
E o fio de água, que mal se percebe, a montante, na mesma data: 23/09/22.
Bons passeios, que o tempo parece melhorar.
(Hoje ainda quero ir trabalhar nos quintais.)
E lembrar-me que, em Setembro, andámos por debaixo da ponte, atravessando de montante para jusante!