E o Lago?!
Ainda a propósito das “Festas da Cidade” e da Corredoura!
Em tempos, na Corredoura, existiu um Lago. Antes da intervenção do “Polis”, nos primórdios do III Milénio! Até foi habitado por cisnes!
Era um lago curvilíneo, enquadrado por simulacros de grutas fingidas, a modos de paisagens cársicas, fabricadas de cimentos e pedras. Ainda restam uns cocurutos. Do lago, não resta nada! Apenas as memórias. Era um espaço romântico e romantizado. As curvas, o passeio que o rodeava e amurada que o delimitava, proporcionavam recantos singelos e pitorescos. Aí se vivenciaram muitos romances juvenis, em intervalos escolares, em matinés de final de semana e fins de tardes. Às horas e nos modos em que o amor se tornasse urgente! Certamente também a amores mais proibitivos e a tempos mais recônditos.
Não sei mais!
Só sei que do lago, dos cisnes, nada sobrou!
Talvez não!
Quem atualmente passar pela Corredoura e procurar o Lago irá deparar-se com um espaço de skate e desportos radicais.
E algo alienígena, como que uns tanques retilíneos, trapezoides, que se vão esticando e encurtando, no sentido norte – sul.
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As fotos ilustram a parte central dessas estruturas. Como se fossem o leito médio de um ribeiro, todo em granito, a desembocar, a norte e jusante, nesses pretensos lagos.
Onde nunca vi água! Talvez quando chove…
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São reminiscências do lago curvilíneo, transformado em linhas retas, em tanques de granito claro.
Umas coisas sem jeito, que para ali estão, sem nunca terem exercido a função para que foram idealizados.
Certamente água a correr, descendo de sul para norte, aproveitando a gravidade. Manter operacional essa funcionalidade não deveria ser tarefa isenta de custos e tecnologia.
Testemunham a triste realidade deste País em que tanto se gasta em inutilidades. Haveria outras formas de pôr a água a correr, de modo mais natural.
Frente ao edifício da Câmara, figuram tanques semelhantes. Têm água quando chove. Folhagens dos plátanos, no Outono.
Faltam Árvores na Corredoura, substituindo as que cortaram. Cedros majestosos! Frente ao edifício da Câmara ficavam bem.
(Naquele espaço, tanto granito! – os skaters deram-lhe excelente utilidade!)
E os tanques?!
Se não lhes deitam água, transformem-nos em canteiros!
Plantem bolbosas, rizomas, plantas que aguentem a sede e o calor!
Plantem Árvores Autóctones nos espaços abertos do Parque!