A Casa do Porcozunho - Aldeia da Mata
Da Horta de “Porcos Unho” (?)
A Norte Noroeste da Fonte das Pulhas!
Esta Casa, por demais interessante, conforme as fotos atestam, localiza-se na margem direita da Ribeira com o mesmo nome. Está em ruínas há dezenas de anos. Nunca me lembro de ter sido habitada. Integra uma propriedade onde, no lameiro bordejando a ribeira, existia uma horta e um pomar de laranjeiras e outras árvores frutíferas. Algumas ainda lá estão. Há sessenta, cinquenta anos, ainda funcionava como horta e pomar. Mas já não havia caseiro.
O Ti Zé da Luísa, o Ti Torrado, o Ti João da Rosa foram os caseiros de que a Mãe se lembra. Digamos que o primeiro, nos anos trinta do séc. XX; o segundo, nos anos quarenta e o terceiro já nos anos cinquenta. Estas correspondências temporais deduzo-as aproximadamente, sem datações precisas, obviamente. O Ti Torrado corresponderia aos anos quarenta, inícios de cinquenta, quando a Mãe trabalhava na carne, isto é, nas matanças dos porcos em casa do Sr. Antero.
Nos meados dos anos sessenta, quem tratava da horta e do pomar era a Srª Joaquina Rosa. Trazia canastradas de laranjas. Costumava deixar duas ou três no adro da Igreja, onde nós brincávamos. Também costumava dar aos meus Pais, quando eles estavam a trabalhar no Chão da Atafona e ela passava com os carregos dos citrinos.
Na época, a propriedade era do Sr. José Machado, que conheci, anos 60/70, que a herdara do tio, Sr. Tavares, que já não conheci. Eram ambos sobrinhos, em diferentes graus, do Sr. Joaquim Pedro Dias.
Voltando à Casa. Repare que tem cor. Um modo um pouco diferente do que estamos habituados como “tradicional” no Alentejo. Hei-de voltar a escrever sobre a Casa. Tentarei tirar fotos mais de perto.
Só que tenho de atravessar a Ribeira, visível na foto, através das passadeiras e entrar na horta, abandonada.
O Sr. João Guerreiro da Purificação escreveu um poema lindíssimo sobre esta casa. Publicá-lo-ei, quando tiver oportunidade.
(Sobre a cor nos edifícios e casas do Alentejo, um dos programas mais recentes de “Visita Guiada” abordou o assunto, nomeadamente referente a Monsaraz.)
Bons passeios outonais, apesar da chuva.
(Continua chovendo regular e periodicamente ao longo dos dias. Faz falta.)