A Fonte D’Ordem!
Um Testemunho do Passado! A “Caraça” da Fonte da Ordem!
Um relato de um motim e duas quadras alusivas.
Só hoje consigo voltar às Fontes. E, especificamente, à Fonte D’Ordem, a partir de sugestão de “Aquém – Tejo”! Outros afazeres…
A “Fonte D’Ordem”, da Ordem, frise-se, Ordem Militar de Malta, será das fontes mais antigas da Aldeia. Era uma fonte de mergulho, de que me lembro muito bem. Foi remodelada, isto é, fechada, certamente na época em que arranjaram também a “Fonte das Pulhas”, cuja data está registada: 1989. Deduzo eu, que não confirmei, indaguei ou pesquisei especificamente.
No referente à Fonte das Pulhas, de que me lembro, também muito bem, ser de mergulho, penso que agiram corretamente. A água é boa, é relativamente abundante. Algumas pessoas vão lá buscar água. Nós, também. Assim é bem aproveitada. A ser de mergulho, seria menos apetecível de recolher o precioso líquido.
Quanto à Fonte D’Ordem, penso que teria ficado melhor como estava, testemunhando um modelo de fonte antiga. Desde que me lembro, anos sessenta, a respetiva água era considerada imprópria para consumo. Todavia está como documentam as fotos e não há nada a fazer. Acontece nas mais variadas situações, lugares e tempos, efetuarem-se obras nos mais diversos testemunhos do passado, alterando-os, sem que daí advenham especiais benefícios. (Tenho dito!)
Essa categorização de “imprópria para consumo” é anterior aos anos sessenta. Não sei precisar data exata.
Essa ação desencadeou, nomeadamente, um motim sobre que João Guerreiro da Purificação, no seu livro póstumo, “a nossa terra”, Edição “Há Cultura”, 2000, pag. 148, relata o seguinte: «…Nessa época, a Fonte d'Ordem era muito procurada pelo povo, e como nas nossas fontes se sentia uma enorme falta de água, o povo amotinou-se quando as autoridades a mandaram entupir a pretexto de ser imprópria para consumo, logo numa altura de tanta escassez. Só que o povo não lhes deu ouvidos, principalmente as mulheres, que se encheram de coragem e desentupiram a fonte, para as continuar servindo com a sua água. (…)
Na ocasião do motim, o Senhor Joaquim Paulo Sequeira, inspirado com o sucedido, fez umas quadras, das quais só consegui saber as duas que se seguem.
Eu cá sou a Fonte d’Ordem
Meu nome não é de negar
Tanto ao rico como ao pobre
Eu ajudei a criar.
Foi enorme ingratidão
Mataram-me sem razão
Pois quando me pediam água
Eu jamais disse não.»
E, por agora, me fico por aqui. Que ainda voltarei às Fontes. E, em Poesia!
Saúde! E, Obrigado!