Gatos e Aves combinam?!
Crónica sobre Gatos do meu Quintal (XII)
Desde Abril que não escrevo nada sobre os gatos no quintal e nunca mais soube de Bart nem de Mi-Dú!
A pergunta que titula o postal teve ontem, onze de Maio, uma resposta dramática. Gil aparece-me no “Quintal de Baixo” com um passarinho na boca. Parecia-me de ninho, ainda mal nascido. Logo tentei que largasse o “troféu” que me vinha mostrar. Fugiu com ele para o Chão, voltou novamente, repreendi-o outra vez, voltou a fugir, mas sem largar a presa. Assustei-o, mas nada. Tentei mostrar-lhe que não gostava da cena, ameacei-o. Impedi-o de ir dar a volta habitual, no circuito de manutenção, não lhe dei os mimos habituais. Será que compreendeu?!
Coisas de gatos! Decididamente gatos e pássaros não combinam, ou se há alguma combinação, os passarinhos perdem. Até há um ditado, talvez um pouco sádico: “o céu dos pardais é a barriga dos gatos”! Aliás a banda desenhada relatava esta saga entre o célebre Gato Silvester e o Piu – Piu. O gato sempre a querer papar o passarinho, a querer levá-lo para o céu!
“Mi-Dú” e Bart nunca mais apareceram. Todavia, nestes inícios de Maio, tem surgido um exemplar fugidio, não sei se gato se gata, ao final da tarde, para a amesendação vespertina. Sorrateiro, receoso, escapulindo-se por entre as sarugas, contornando os postes do cabanal, atreve-se ao repasto deixado nos recipientes.
Nem Gil ou Ricardina manifestam qualquer oposição. O medo, vergonha(?), do bicho é mais da minha pessoa. Não sei se será Bart, julgo que não, pois este chegou a ir comigo e o irmão até ao Porcozunho e Fonte das Pulhas. Mas como tem estado tanto tempo ausente, não sei. Também não tenho facilidade em conhecer. Penso ser outro da coleção dos gatos malhados, que nos foram adotando desde 2020. (Pelas minhas contas, seriam sete. Todavia, o máximo que vi, simultaneamente foram cinco: a mãe e os quatro filhotes.) “7 vidas têm os gatos”!
Sobre Ricardina. Em meados de Abril, observei que a barriga lhe crescia de ambos os lados. Pensei que estaria grávida. Tudo indicava que sim. Muito marralheira, pouco aparecia, quase apenas para comer. Pensei: para quando o nascimento?! Finais de Maio, princípios de Junho?!
Qual o meu espanto, quando a observo a 4 de Maio, de ventre liso. Ainda na véspera, a vira cheia. Que lhe acontecera?! Dera à luz?! Onde?! Quando nos apresenta os gatinhos?! Miava, miava muito, continuou miando nos dias seguintes. E os gatinhos não apareciam!
Tê-los-ia perdido? Teria abortado?! Teria parido nalgum quintal e o respetivo/a dono/a terá enviado os bebés para alguma “tecedeira de anjos”?! Perguntas sem resposta, até agora.
Continuou miando, meia aflita, por alguns dias. Até que veio ganhando ânimo. Recentemente, nos dias nove – dez, observei-a, em alegres brincadeiras, de namorisco com o Gil. Temos caso?!
E ocorreu-me uma pergunta impertinente. Será que o Gil, em comportamento típico de felino, terá exercido a função de “tecelão de anjos”?! Não sei!
Aguardemos o desenrolar de futuros acontecimentos. Os dois manos, casal(?) são presença permanente no “Quintal de Baixo”. Gil continua a acompanhar-me no circuito de manutenção. (O comportamento de ambos, perante diversas situações, é completamente oposto. Até na comida.)
(Gil e Ricardina)
Voltarei a estas narrativas de gatos!