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Apeadeiro da Mata

Apeadeiro da Mata

16
Abr23

Crónica sobre Gatos do meu Quintal (X)

Francisco Carita Mata

Nunca mais soube nada de Bart nem de Mi-Dú!

No último postal, em “Aquém-Tejo”, abordei tema muito do meu agrado. Neste, do “Apeadeiro”, a parte inicial desagrada-me. Nunca mais soube nada dos manos referidos, mano e mana. Já perguntei a vizinhos, mas também não os viram. Que terá sido feito deles?!

Em contrapartida, Gil e Ricardina lá andam pelo “Quintal de Baixo”. Andam, cirandam, amesendam-se, que há muita e variada comida. Gil é muito mais afoito. Acompanha-me no Chão da Atafona, vai comigo para o Vale de Baixo, segue-me pela Azinhaga da Fonte das Pulhas, vai até ao Rescão e, se me disponho, segue-me, acompanha-me, quase nele tropeço, até ao Porcozunho.

O aposento deles, hotel, motel, maternidade, continua sendo o quintal abandonado de “Ti Zé Fadista”, pegado ao “Quintal de Cima”. Onde primeiramente eles se ambientaram e interagiram connosco. Mas fui-os “educando” para não frequentarem esse quintal e estabeleceram-se no “Quintal de Baixo”. No de “Cima”, tenho canteiros, flores frágeis. Não convinha nada que por aí cirandassem.

É do quintal abandonado que partem, de manhã, quando me dirijo ao “Quintal de Baixo”, com alguma comida.

Mal chegam, espojam-se, esfregam as costas na terra, viram-se de barriga para cima, numa atitude de disponibilidade, de simpatia, de entrega, entendo eu, porque, ao agirem desse modo, colocam-se numa situação de completo à vontade, sem defesas, confiantes na reciprocidade de afeto, porque ficam, obviamente, numa posição totalmente vulnerável. Ao longo do dia, e se eu continuar pelo quintal, repetem estes gestos várias vezes, sinais de completa confiança com a minha pessoa. Digo eu, que não percebo nada de gatos, estou observando e tentando entender estas atitudes dos animais. Ainda não chegámos à situação de festas, que não sou nada afoito, nem tenho muita confiança… Alguma arranhadela! Mas Gil, enrosca-se-me nas pernas com a cauda, que receio pisá-lo.

Voltando ao “Quintal de Cima”. Tenho andado por lá, a regar, arrancando ervas, tratando das plantas, que semeei e abacelei. Passo aí várias horas, pelas tardes. No ano passado, enquanto aí andava, eles eram minha companhia. Nos muros, nos telhados do cabanal do Ti Zé, em correria pelos talhões das plantas e arbustos. Isto, antes dos ensinamentos do “processo educativo”. Agora, nestas minhas permanências de atividades de jardinagem, pura e simplesmente não aparecem. Ausentaram-se. Aprenderam certamente, pelo menos, eu quero crer que é assim.

Mas, na semana passada, numa das tardes que por lá estive várias horas, ao terminar as atividades, já sol-posto, onde venho encontrar Gil e Ricardina?!

Pois, no exterior, no cruzamento das azinhagas, lá estavam os manos! Esperando-me?! Velando-me, à distância?! Não sei! Mas quero crer que sim!

P.S. – Se em 2020, me dissessem que eu andaria a tratar de gatos, a interessar-me por estes animais tão peculiares, eu talvez dissesse: “Tal há-de ser a parvoeira!” Mas a Vida é assim!

Quanto às sementeiras e abacelamentos do Outono passado, informo que várias azinheiras, carvalhos, sobreiros, espargos, gilbardeiras, roseiras, estão germinadas e rebentadas. Das do ano passado também várias plantas estão consistentes. Agora, e no futuro, há que manter o que vingou. E, regar. Regar, que o tempo está péssimo. Que este calor, ainda que o pessoal deste meu querido País ache que é só praia, sol e maravilhas, para quem trabalha e vive dos campos, este Abril, com calor de Junho, é muito mau. E, diz-se que “Em Abril, águas mil!”

Saúde, Paz e que venha chuva!

 

10
Abr23

Que é feito de Bart e Mi–Dú?!

Francisco Carita Mata

Gatos no meu quintal (IX)

Já por aqui tenho trazido narrativas sobre os “Gatos no quintal”. Acompanhadas, geralmente, de fotos. Nesta nona estória, remeto para fotos em postais anteriores.

Este quarteto de irmãos gatos, que venho acompanhando desde início de 22. Crianças ainda. Foram crescendo. Após várias peripécias e ações educativas, passaram a amesendar-se no Quintal de Baixo. Um regalo! Adoram!

Atualmente serão adultos jovens. Pouco sei sobre a cronologia gatal. Dois gatos e duas gatas. A descoberta identitária também é recente. Atribuí-lhes nomes. Os rapazes, dado o seu caráter aventureiro, batizei-os de Gil (Eanes) e Bartolomeu (Dias) - Bart, para as “amigas”! As raparigas, personagens de romances: Ricardina e Maria Eduarda, para os “amigos” “Mi-Dú”!

Há mais de três semanas que não vejo nem Bart, nem Mi-Dú. O que lhes terá acontecido?! Terão ido passear para algum daqueles locais paradisíacos onde estrelam as nossas caras conhecidas das TVs?! Sei lá! Para as Malvinas ou outros exóticos lugares de eleição…

Malvinas?! Se a Dona Thatcher cá estivesse ela te diria. Maldivas, tá bem. Comores! Maurícias, esses sim, são locais de sonho! Malvinas?! Isso, nem para as argentinas!

Bem, não importa. Bartolomeu e Maria Eduarda não aparecem, há semanas.

Preocupa-me que tenha havido alguma ação predatória sobre os ditos: o dito e a dita.

Por outro lado, também conjeturo que, dado o possível “estado interessante” em que Mi-Dú se encontrará, se tenham recolhido nalgum local resguardado para que, o que a Natureza exige que aconteça, venha a acontecer, com calma e sossego, longe de olhares indiscretos e persecutórios.

Se foram para alguma praia longínqua, bem podiam ter ido para a Costa, que nestes feriados pascais se encheu de banhistas. Tem estado um calorão, muito acima das temperaturas para a época!

Nos campos, os maios estão floridíssimos, os insetos andam numa agitação febril. Os répteis em alvoroço! Nestes dias iniciais de Abril, já vi três cobritas. Algo que costuma ocorrer lá mais para Maio! (Por acaso, nem Gil nem Ricardina têm andado por perto. Gostava de ver a respetiva reação.)

Esperemos que Bart e Mi-Dú apareçam!

Caro/a Leitor/a, se os vir por aí, comunique, S.F.F.

Obrigado pela atenção. Votos de excelentes dias primaveris!

 

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