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Apeadeiro da Mata

Apeadeiro da Mata

12
Jul23

Tosquia das Ovelhas: 01/07/23 - Aldeia da Mata

Francisco Carita Mata

No Cabanal do Chão da Atafona

Reportagem e Considerações sobre uma Profissão especializada e rara.

Ovelhas. Chão da Atafona. 30.06.23.

No passado dia um de Julho assisti à tosquia de ovelhas.

Não foi a primeira vez. Quando o Pai tinha ovelhas, algumas vezes presenciei, ainda com tesouras mecânicas. Já neste milénio, na primeira década, também observei o Zé António a tosquiar mecanicamente, as últimas ovelhas que tivemos.

Mas nunca cheguei a documentar fotograficamente. No ano passado não tive oportunidade. Calhou este ano. Emprestámos o cabanal ao Luís Aires para tosquiar as respetivas ovelhas. Lembramos velhos tempos e documentamos esta atividade, fotograficamente e em vídeo. Em vias de extinção?! Esperemos que não. Mas as condições em que se processa a criação de ovelhas torna o assunto muito problemático.

O/A Caro/a Leitor/a sabe que muita da lã tosquiada, não sei se a maior parte ou mesmo a totalidade, não se vende?! Que ninguém a quer comprar?! Que raio de País ou de Mundo este, em que se desperdiça um recurso tão importante!! Questões de mercado?! Sempre o mercado!!

Se a lã não se vende, como podem os agricultores ter ovelhas que têm sempre de ser tosquiadas?! Ideias / Soluções para o assunto?! E as ovelhas são fundamentais nos campos.

Vamos às fotos.

A que abre o postal: as “meninas / madames” ovelhas, pastando tranquilamente no Chão, a 30 de Junho.

A seguinte: o bardo improvisado para o “salão de cabeleireiro” / cabanal. O dono das ovelhas – Luís Aires, no meio delas, ajeitando-as.

Ovelhas por tosquiar. Original. 01.07.23.

A 3ª foto: o Tosquiador – Sr. António - em plena ação, tratando da “cabeleira” de uma menina, que se fez à “selfie”! (Outra já tosquiada.)

Tosquiando. Original. 01.07.23.

Antes de se iniciar a função, questionei o senhor sobre alguns aspetos do trabalho e sobre ele próprio, ficando a saber o nome – António; idade – 64 anos; que labora nesta função desde os 20 anos. 44 anos, como tosquiador! Quanto leva por cada ovelha, disse-me “ser conforme”. No caso específico, não foi explícito. Varia, conforme para quem trabalha, que há para quem faça este trabalho há vários anos, e para quem comece. Posteriormente soube, através do Luís, quanto levou por cada ovelha, mas uma vez que o tosquiador não me disse, também não escrevo.

Na 4ª foto, novamente o Sr. António na execução da tarefa especializada e extremamente cansativa da tosquia. E o Paulo, segurando a próxima ovelha, para se “sentar na cadeira do cabeleireiro”!

Tosquiando. Original. 01.07.23.

A 5ª foto, novamente o rebanho, já tosquiado, acarrando no Chão Da Atafona, no dia seguinte à tosquia: 2 de Julho.

Ovelhas tosquiadas. 02.07.23.

Por agora, ficamos por aqui, sobre a Tosquia.

Este postal insere-se na divulgação do nosso Património. No caso vertente, sobre Profissões tradicionais e especializadas do Alentejo.

(No ano passado, testemunhámos o “Descortiçamento no Ervedal”.)

 

08
Jul23

Ricardina: a Gata Heroína!

Francisco Carita Mata

Ricardina gata heroína. original. 07.07. 23.

Gatos no Quintal (XIV) - Aldeia da Mata

Se eu me pusesse a escrever sobre os “Gatos do Quintal”, todos os dias tinha motivos para narrativas!

Basicamente são quatro irmãos, que, com o conhecimento obtido sobre os mesmos, foram adquirindo identidades e direito a nome: Gil (Eanes), Bartolomeu (Dias) – Bart; Ricardina e Maria Eduarda – Mi-Dú.

Gil e Ricardina são patentes no quintal, há meses, sem interrupções. Bart e Mi-Dú despareceram, por Abril. Mi-Dú reapareceu em Maio, aparentando ter parido. No dia 31 de Maio, observei três gatinhos, assomando-se por entre o telheiro do quintal do Ti Zé “Fadista”.

No início de Junho, voltei a vê-los, fugindo, ao final da Azinhaga, entrando para o Chão da Atafona. Nunca mais os vi. Mi-Dú, quase de certeza mãe, passou a ser presença permanente no Quintal de Baixo, local de amesendação. Sempre renitente relativamente à minha pessoa, embora prontamente aceite pelos irmãos - Gil e Ricardina, compartilhando refeições e companhia.

De Bart nunca mais soube nada. A modos que o Cabo foi mesmo das Tormentas. Ainda tenho Esperança que volte, que não tenha ficado lá pelas Índias!

Relembrados estes introdutórios, vamos às heroicidades!

Ontem, já depois das dezoito, quando fui regar, observei o gato e as gatas em rebuliço, no final da Azinhaga, junto ao Chão da Atafona e da figueira verdeal. Fui observar.

O que se passava?! (...)

Andavam de roda de uma cobra!

Andavam, é como quem diz… Que, Maria Eduarda depressa fugiu para o quintal, não sei se com medo de mim, se da cobra. Gil, valentão, trepador, contorcionista e equilibrista, predador de pássaros, depressa saltou para o muro do quintal. E este não foi com medo de mim!

Quem lutou, batalhou, se engalfinhou com a cobra, descobrindo estratégias e táticas para a conseguir filar pelo pescoço, foi Ricardina! Ricardina, a Heroína!

Eu, a bem dizer, fiquei um pouco atarantado. Consegui algumas fotos, fiz um pequeno vídeo.  Mas não tive qualquer intervenção sobre o acontecimento. Deixei que a Natureza funcionasse na sua plenitude.

A cobra defendia-se, atirando-se de boca aberta para a gata, esta afastava-se, mas depressa retomava a refrega. O réptil, a estratégia que usava era tentar fugir, subindo pelo muro do quintal de Doutor Agostinho. Mas não tinha qualquer sucesso. O muro é muito alto e revestido de cimento. Estes animais sabem que não vencem qualquer luta com predadores de topo, como são os felinos. A saída e defesa é fugir. O mesmo que fazem com os humanos. Abrir a boca é só para assustar!

O bicho ainda se lembrou de correr para o muro do Chão da Atafona, que é de pedra solta. Correr, correu, ainda se tentou infiltrar na parede… “lá foge a bicha…” pensei eu. Mas Ricardina, felina e heroína, não desistiu. Conseguiu puxá-la, apanhá-la pelo pescoço e mandá-la para “outro destino”.

As fotos documentam alguns dos factos.

A 1ª apresenta Ricardina junto do troféu. Gil, deitado, observando, que foi o que fez, após ter fugido de medo.

A 2ª foto mostra a cobra, enrolada, ferida ou morta (?), que, agora, à posteriori, apresenta-se-me esta dúvida...

Cobra. Original. 07.07.23.

Caro/a Leitor/a, espero que não se assuste com a(s) cobra(s). Não fazem mal. Mas eu, na verdade, também me assusto, se as vejo. Mas não as costumo matar. São também predadoras de animais prejudiciais para as agriculturas, os ratos, por ex. Competem com os gatos.

Votos de saúde, paz e bons passeios.

Hoje, está mais fresquinho, aqui, por este Alentejo do Alto!

 

23
Mai23

Finalmente, voltou a chuva!

Francisco Carita Mata

Há um mês que não chovia, aqui para o Norte Alentejano!

Crónica molhada e estórias de “Gatos no Quintal” ( XIII)

Foi precisamente no dia 21/04/23 que publiquei também um postal sobre o tema. Que, chover é tema relevante de comunicar. E foi precisamente no passado domingo, 21/05/23, que voltou a chover. Ao final da tarde, na hora de passeio vespertino no circuito de manutenção, ela voltou. A água, a chuva! Por aqui, pela minha Aldeia, foi praticamente apenas o dia em que ela se dignou aparecer, com alguma consistência! Porque, hoje, 3ª feira e, ontem, segunda, mal deu ar de sua graça. Praticamente nada. Ligeiros pingos, pelo menos até agora.

As fotos mostram as Catalpas floridas, precisamente enquanto chovia.

Catalpas floridas. Original. 21.05.23.

Não era chuva de arrepiar caminho e mesmo Gil (Eanes), o gato caçador, não desistiu de me acompanhar, apesar de o ter tentado afugentar, para não ficar molhado. Seguiu-me e, claro, foi ele que mais se molhou. Miou, miou… (Que, eu levei guarda-chuva.)

A foto dos pingos de chuva e dos gatos, Ricardina e Gil.

(Ontem: 22/05/23)

Pingos de chuva. Original. 22.05.23.

Dia em que já não choveu. Ficaram os pingos de chuva!

Fiz limpezas no “Quintal de Baixo” e lá andaram os manos a acompanhar-me.

Enquanto chovia no domingo, o abrigo improvisado em que os manos se acoitaram.

Gatos em dia de chuva. original. 21.05.23.

E que chova mais um pouco. Já não sopra o vento seco que nos assolava há dias. Nem as poeiras do Sahara. Nem os calores destemperados que povoaram Abril.

A última foto: Pôr-do-sol em dia de poeiras.

Pôr do sol. Foto original. 18.05.23. 

(18/05/23)

17
Mai23

“Gentes da Gente” em romaria no Chamiço!

Francisco Carita Mata

De  “Martle Santo” a Santo Isidro?!

Santo Isidro. Maio 23.

Em Aquém-Tejo, apresentei postal referindo que o próximo programa “Gentes da Gente”, da Rádio Portalegre, sábado 20 de Maio, será sobre o Chamiço.

Será também dia de caminhada de Monte da Pedra ao antigo povoado de “Monte Chamisso”!

(Tenho publicado diversos postais em Aquém-Tejo e neste Apeadeiro, sobre esta antiga freguesia do concelho do Crato. Ademais na sequência de visita realizada a 2 de Fevereiro, com o amigo Casimiro e tendo por cicerone o Sr. Aníbal Rosa.)

No próximo “Gentes da Gente”, o Sr. César Azeitona debruçar-se-á sobre este antigo povoado. (Certamente contextualizando-se no presente e na romaria, estabelecendo elo entre um passado distante e adormecido na memória coletiva das povoações próximas e a atualidade, através das nossas vivências modernas, com recurso aos novos meios comunicacionais: rádio, internet, ….)

Para além da visita efetuada em 02/02/23, estive numa romaria, há mais de cinquenta anos, em meados dos anos sessenta, era eu miúdo. Lembro-me de ter estado na ermida, mas não me recordo de detalhes da mesma. Também não me recordo de ter ido à ribeira, à ponte, ao moinho, que ainda ficam a alguma distância da ermida. (A superfície do antigo povoado era bem superior aos “400 metros quadrados”, referidos em “Etnografia Portuguesa”!)

Voltando ao Programa “Gentes da Gente”. O Sr. César teve a amabilidade de ceder algumas fotos. Publiquei duas em Aquém-Tejo. (Não publico nenhuma foto com as pessoas entrevistadas, porque não conheço ninguém e não lhes pedi autorização para divulgação.)

Neste postal, ilustro com duas fotos de um painel de azulejos que estará certamente na ermida. Imagens de Santo Isidro, padroeiro dos agricultores / lavradores.

13.jpg

Há uma questão curiosa que levanto, que também já li, abordada noutro blogue.

O orago / padroeiro da antiga aldeia do “Monte Chamiço”, até à sua extinção, meados do século XIX, era o “Martle Santo”, ou seja, São Sebastião.

Atualmente, desde o século XX, a devoção no Chamiço é direcionada para Santo Isidro.

Como e de que modos se terá processado essa modificação?!

As datas das respetivas celebrações terão tido influência nesse facto?!

*******

Por aqui me fico.

Boa romaria / romagem. Boa caminhada. Excelente audição do Programa “Gentes da Gente!

 

08
Mai23

Coletânea "ERA UMA VEZ...ALENTEJO" 23

Francisco Carita Mata

Os meus contributos 2023

Aldeia da Mata vista do Rescão. Foto original. 04.04.23.

Aldeia da Mata - Povoação centenária do Alto Alentejo.

Vista a partir da Tapada do Rescão.

O perfil do povoado mais antigo: "Terreiro". A Torre Sineira da Igreja Matriz e a Araucária, os dois ícones da Aldeia. 

Enquadrando a paisagem e a foto, ramagens de azinheiras. E oliveiras.

Os restos dos muros antigos de pedras graníticas, delimitando as propriedades. A partir da Tapada do Rescão, de onde tirei a foto, identifica-se o Chão da Pereira, a Tapada das Freiras, o Vale de Baixo. Seguem-se os Chãos e quintais junto às habitações.

*******

Esta foto inclui-se na Antologia Virtual, integrando a referida Coletânea, promovida pelo Instituto Cultural de Évora e divulgada através da Editora Recanto das Letras.

Consulte SFF.

Participei também com um poema: Maios de Abril, interligado com foto também original, que divulguei em Aquém-Tejo.

No ano passado também já havia participado.

Ainda penso organizar postal, com ligações para outros participantes do universo SAPO.

Boas leituras virtuais é o que lhe desejo, Caro/a Leitor/a.

Obrigado pela sua atenção.

 

12
Mar23

A Primavera já chegou!

Francisco Carita Mata

 

"Boninha" / Bonina / Margaça / Malmequer / Margariga

12.03.23. Boninha. Foto original

"Alecrim, alecrim, aos molhos..."

Alecrim. Foto original. 10.03.23.

Jacinto: o teu perfume eu sinto!

Jacinto. Foto original. 10.03.23.

"Os teus olhos não são olhos / ... /... / À sombra das violetas"!

Violetas. Foto original. 10.03.23.

A "neve" continua no Alentejo!

Boninhas. Foto original. 12.03.23.

Maravilhas!

Maravilhas. Foto original. 12.03.23.

E chegou ou não a Primavera?!

Ninhos de andorinhas. Foto Original. 12.03.23.

Que o digam as andorinhas.

Votos de excelente Primavera!

 

04
Mar23

Um Pôr-do-Sol de realce!

Francisco Carita Mata

Por do sol. Foto original. 03.03.23.

Aldeia da Mata – Adro da Igreja

Os primeiros dias de Março foram “Dias de exercício no Ginásio IV” – no “Vale de Baixo”.

Ontem, 6ª feira, houve um pôr-do-sol de realce. Não resisti. Fiquei um pouco mais pelo campo, para fotografar. O Ocaso é já pelas 18h. e 30’, sensivelmente. (Não me perguntem momentos exatos, que o Astro põe-se tão devagar e eu estou sempre apressado.)

Mas as fotos aí estão. No Adro, da Igreja Matriz, mas cada vez mais para Norte. 

Pôr do sol. Foto original. 03.03.23.

Também tirei no Chão da Atafona, com o perfil do Carvalho Roble, ainda sem folhas.

Pôr do sol. Foto original. 03.03.23.

(A Primavera vem-se anunciando, mas observo que muitas plantas ainda estão em contenção, certamente precavendo-se à falta de chuva. E ao frio.)

E da Grevília.

Pôr do sol. Foto original. 03.03.23.

Nos trabalhos, as companhias habituais: Gil e Bart. (Desta vez, sem direito a foto.) E também uns mirones, que fotografei, mas não divulgo.

Uma imagem dos trabalhos: Uma Figueira, liberta das silvas que a enleavam.

Figueira no Inverno. Foto Original. 03.03.23.

(O corte dos troncos não foi de minha autoria. Os senhores da Junta tiveram essa cortesia.)

Enquanto tirava fotos um bando de pássaros pretos “vozeava” bem no alto da Araucária.

Araucária. Do Adro de São Martinho. Foto original. 03.03.23

Bem no cocuruto. Julgo que seriam estorninhos, despedindo-se do dia. Não sei se aí pernoitarão, mas julgo que não.

Até logo, ou até já, que gostaria de criar outro postal. Ou até próximo postal.

Saúde e Paz!

 

22
Fev23

Flores de Inverno: as Amendoeiras.

Francisco Carita Mata

Amendoeira. Foto original. 20.02.23.

A propósito de neve no Alentejo.

As amendoeiras este ano também já estão florindo.

Amendoeira. Foto original. 20.02.23.

No Chão da Atafona- Aldeia da Mata. A Caminho da Fonte das Pulhas – Porcozunho.

Mas estão muito fraquinhas.

Amendoeira. Foto original. 20.02.23.

Talvez do tempo. Este Inverno mal choveu, apesar de, no Outono, termos tido chuvas, enxurradas e cheias!

Amendoeira. Foto original. 20.02.23.

Bons passeios campestres!

 

01
Fev23

O Apelido Carita e o Chamiço.

Francisco Carita Mata

A Trisavó Rosa!

Roseira da Avó Rosa. Foto Original. 14.05.22.

Quando publiquei postal sobre o apelido Carita e o Alto Alentejo, propus-me divulgar algumas narrativas sobre a origem, melhor, relacionamento, entre este apelido e a aldeia do Chamiço.

A minha Avó, Rosa Carita, sempre contara que a Avó dela vivera nessa aldeia e fora uma das últimas pessoas que lá haviam vivido. (Cabe aqui um parêntesis para mencionar que essa minha Avó Carita foi uma das motivações para eu utilizar no pseudónimo este apelido. Uma homenagem ao seu pendor narrativo. Que ela sabia, conhecia e contava-me imensos contos populares. Eu, criança, pedia-lhe sempre mais contos e estórias, até lhe esgotar a paciência.)

Contava ela que a sua avó aí vivera, tendo vida de lavoura. Mas a povoação foi sendo acometida por salteadores que roubavam e ameaçavam os poucos moradores. A situação tornou-se cada vez mais perigosa, sendo que, numa noite, os ladrões lhe assaltaram a casa, apernaram os criados, a ameaçaram de morte, a roubaram. Face à situação que se tornou insustentável, acabou por abalar para Aldeia da Mata.

(Contava, a minha Avó, que os salteadores vinham mascarados, mas um dos criados da sua avó conseguiu puxar a máscara de um dos meliantes e reconhecê-lo e saber de que localidade era. A Avó disse a terra, mas não vale a pena referir tal facto, ocorrido cerca de meados do século XIX.)

(Não é de somenos referir que a primeira metade do séc. XIX foi de grande turbulência, daí advindo grande insegurança por todo o país. Lembremos a “Guerra das Laranjas”,1801, em que ocorrências militares de diversos níveis aconteceram em toda a região norte alentejana. Depois as invasões francesas, 1807, 1808, 1810, a fuga do rei, a vinda e permanência dos militares ingleses, a revolução de 1820, a guerra civil entre liberais e absolutistas e mais uma série de revoltas populares pelas cinco décadas iniciais do século.)

Mas não é isso que importa. Todavia, não é de somenos frisar que essa insegurança, falta de autoridade do Estado, teve influência na disseminação do banditismo, infundindo medo nas populações, nomeadamente as mais desprotegidas, em localidades mais pequenas, como era o Chamiço. Tudo isso terá contribuído para o acelerar do respetivo despovoamento.

Deixemos a questão nacional e foquemo-nos na saga familiar da senhora Carita.

Na verdade, o apelido era do marido - João Carita. A lavradora chamava-se Rosa de Matos. Tiveram três filhos: Maria Conceição Carita, minha bisavó; Manuel Carita e Francisco Carita, que casou com a célebre Tia Maria de Sousa. Este casal teve apenas um filho, o Dr. João Carita de Sousa, médico, que faleceu muito novo, com trinta e um anos, por volta de 1930.

Sendo este casal, lavradores de muitas posses e não tendo deixado herdeiros, foram os bens divididos pelos vários familiares Carita, tanto os de Aldeia, como os do Monte da Pedra. Que foram muitos mais dos que mencionei, pois havia vários ramos de Carita.

Voltando agora ao tempo presente. No ano passado, 2022, a Prima Arlete Carita, também trineta da citada lavradora “Carita”, bisneta de Manuel Carita, deu-me fotocópia de um excelente texto sobre o Chamiço, que eu desconhecia, de autoria de Prof. Manuel Subtil, publicado no Jornal “A Mensagem”: “O Chamiço, antiga freguesia do Priorado do Crato”.

Aí também se aborda a história da familiar Carita. Publicarei o texto, em capítulos. Também divulgarei outras referências ao assunto, a partir de Etnografia Portuguesa, de D.or J. Leite de Vasconcellos.

*******

(Notas: As informações sobre os ascendentes Carita, obtive-as nos anos setenta do séc. XX, junta da Avó Rosa (1893 – 1978) e do seu irmão, Tio João Carita Valério (21/05/1897 - 1971).

A foto, original, de 14/05/22, é de Roseira branca, no Quintal de Cima. É proveniente de planta que existia no quintal da minha avó. Já a temos no local, há quase cinquenta anos. Veio de rebento - ladrão, a partir da original. Quantos anos terá efetivamente? Quem sabe se não terá também vindo do Chamiço!!??)

 

17
Dez22

Um Excelente Sábado!

Francisco Carita Mata

Vale de Baixo. Aldeia da Mata

Árvores Vale. Foto original. 19.11.22.

Uma imagem sugestiva, a partir do Vale de Baixo, de 19 de Novembro 2022.

Em fundo,  dois elementos iconográficos de Aldeia da Mata: a Araucária e a Torre Sineira da Igreja Matriz.

À direita, um renque de árvores por mim plantadas: um choupo negro e vários freixos.

À esquerda, conseguem perceber-se duas oliveiras centenárias, bastante marcadas pelo tempo. Quem as terá plantado?!

Entre ambas, percebe-se o perfil de um eucalipto, atualmente a maior Árvore do Vale. Plantada pelo Pai. Aí pela década de noventa.

Todos os elementos enquadrados numa bela moldura de nuvens. De que tipo?! Em tempos soube.

É assim o Outono, quase a findar. Neste recanto do Alentejo sem igual!

Feliz fim de semana. E Feliz Dezembro!

 

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