Poema de J. G. P. em "Dia Mundial da Poesia"
«Fonte do Salto»
(Poesia de João Guerreiro da Purificação)
«Aqui estou,
Com montes de saudades,
De ti,
E das pedras
Que aqui piso com amor,
E daquelas
Que não posso lá chegar
Para beijar.
Aqui estou,
Para beber,
Só beber,
E falar contigo
Até querer,
E ficar
Como se fosse desejado.
Ali está a velha ponte
Com água suja a passar,
Fedorenta e sem vida
Ao pé da tua tão pura.
Ó fonte do salto,
Minha amiga
Das horas más,
Minha esperança.
Aqui estou
Não em pensamento
Nem empurrado pelo vento,
Aqui estou
Com o que resta de mim!...
Ah!… Fonte do salto,
Como foi má,
Este caminho
Que contigo no pensamento!...
Percorri,
Mas se a chorar,
Prometi voltar
Para beber da tua água,
Aqui estou,
Bebendo, bebendo
A água pura que vem de ti
Como jurei,
Lá muito longe,
Que viria beber
Da tua bica,
Aqui.»
In. “ANTA” Poesias - João Guerreiro da Purificação – Aldeia da Mata – 1992 – Edição de Autor – Gráfica Almondina, Torres Novas. (pag. 92)
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Há algum tempo que não publico textos em “Apeadeiro da Mata”.
Hoje, dia 21 de Março de 2022, “Dia Mundial da Poesia”, um Poema lindíssimo do Sr. João. Sobre a “Fonte do Salto”!
(O poema terá sido escrito em época em que a “Ribeira de Cujancas” corria de água suja, devido ao lagar existente junto a Vale do Peso. Atualmente esse lagar já não funciona, há alguns anos, e a água corre mais limpa.)
(Continuamos na divulgação de “Património Imaterial de Aldeia da Mata”.)
Ontem, em “Aquém-Tejo”, também houve direito a Poesia: “Primavera e Paz”!
Ligação para outros poemas sobre Fontes. E também com Fotos:
Votos de Saúde e de Paz!