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Apeadeiro da Mata

Apeadeiro da Mata

28
Mai23

O “Chamiço” em “Apeadeiro da Mata”

Francisco Carita Mata

Na continuação do publicado em Aquém-Tejo!

Ponte do Chamiço. Foto original. 02.02.23.

Ligações para postais versando o tema supracitado:

O Apelido Carita e o Chamiço - A Trisavó Rosa!

Visita à “aldeia” do Chamiço (I): Em boa hora fomos…

Visita à “aldeia” do Chamiço (II) - Enquadramento(s), Contexto(s) e Sugestão!

Visita à “aldeia” do Chamiço (III) - Enquadramento Arbóreo. (As conversas são como as cerejas…)

“Gentes da Gente” no Chamiço! - “Martle Santo” – Santo Isidro!

*******

Faias. Foto original. 02.02.23.

Boas Navegações pelo “Chamiço”!

Fotos?!

A Ponte: Monumento ancestral.

Árvores icónicas. O cicerone que nos acompanhou na visita, o Sr. Aníbal Rosa, designou-as como “Faias”. Eu pensava que eram choupos. Conheço mal as faias.

Gostaria de arranjar um exemplar para plantar no “Vale de Baixo”. No dia da visita, 02/02/23, ainda Inverno, as plantas estavam desprovidas de folhas. Cortei um ramo para abacelar, mas esqueci-me dele no campo. Não trouxe e não pude experienciar o abacelamento, a ver se dava resultado, como já fiz milhentas vezes.

 

17
Mai23

“Gentes da Gente” em romaria no Chamiço!

Francisco Carita Mata

De  “Martle Santo” a Santo Isidro?!

Santo Isidro. Maio 23.

Em Aquém-Tejo, apresentei postal referindo que o próximo programa “Gentes da Gente”, da Rádio Portalegre, sábado 20 de Maio, será sobre o Chamiço.

Será também dia de caminhada de Monte da Pedra ao antigo povoado de “Monte Chamisso”!

(Tenho publicado diversos postais em Aquém-Tejo e neste Apeadeiro, sobre esta antiga freguesia do concelho do Crato. Ademais na sequência de visita realizada a 2 de Fevereiro, com o amigo Casimiro e tendo por cicerone o Sr. Aníbal Rosa.)

No próximo “Gentes da Gente”, o Sr. César Azeitona debruçar-se-á sobre este antigo povoado. (Certamente contextualizando-se no presente e na romaria, estabelecendo elo entre um passado distante e adormecido na memória coletiva das povoações próximas e a atualidade, através das nossas vivências modernas, com recurso aos novos meios comunicacionais: rádio, internet, ….)

Para além da visita efetuada em 02/02/23, estive numa romaria, há mais de cinquenta anos, em meados dos anos sessenta, era eu miúdo. Lembro-me de ter estado na ermida, mas não me recordo de detalhes da mesma. Também não me recordo de ter ido à ribeira, à ponte, ao moinho, que ainda ficam a alguma distância da ermida. (A superfície do antigo povoado era bem superior aos “400 metros quadrados”, referidos em “Etnografia Portuguesa”!)

Voltando ao Programa “Gentes da Gente”. O Sr. César teve a amabilidade de ceder algumas fotos. Publiquei duas em Aquém-Tejo. (Não publico nenhuma foto com as pessoas entrevistadas, porque não conheço ninguém e não lhes pedi autorização para divulgação.)

Neste postal, ilustro com duas fotos de um painel de azulejos que estará certamente na ermida. Imagens de Santo Isidro, padroeiro dos agricultores / lavradores.

13.jpg

Há uma questão curiosa que levanto, que também já li, abordada noutro blogue.

O orago / padroeiro da antiga aldeia do “Monte Chamiço”, até à sua extinção, meados do século XIX, era o “Martle Santo”, ou seja, São Sebastião.

Atualmente, desde o século XX, a devoção no Chamiço é direcionada para Santo Isidro.

Como e de que modos se terá processado essa modificação?!

As datas das respetivas celebrações terão tido influência nesse facto?!

*******

Por aqui me fico.

Boa romaria / romagem. Boa caminhada. Excelente audição do Programa “Gentes da Gente!

 

12
Fev23

Visita à “aldeia” do Chamiço (II)

Francisco Carita Mata

Enquadramento(s), Contexto(s) e Sugestão!

Na sequência de postal anterior, com fotos de alguns monumentos específicos desta antiga aldeia abandonada, continuo a documentar aspetos do enquadramento paisagístico do ancestral povoado, em que familiares Carita viveram, até meados do século XIX.

Entroncamento de caminhos: antigas ruas da povoação, com partida da ermida.

Caminhos / Antigas ruas. Foto Original. 02.02.23.

Barragem

Barragem. Foto original. 02.02.23.

Obra recente, construída para servir de reserva à barragem de abastecimento de água ao concelho do Crato. Observa-se, ao fundo, a estrutura para a respetiva captação. Entretanto, o paredão rebentou.

Foi construída em terrenos expropriados ao Primo João Carita, segundo ele me informou muito recentemente. (Também trineto da senhora Carita, ainda aí tem um pequeno chão, à venda.)

Imagens do desfiladeiro da Ribeira do Chamiço...

Desfiladeiro I. Foto Original. 02.02.23.

...a montante do moinho e da ponte.

Desfiladeiro II. Foto Original. 02.02.23.

Excerto de antiga pedreira, na margem direita da ribeira, junto ao desfiladeiro.

Pedreira. Foto Original. 02.02.23.

Pedras mastodontes, também na margem direita, a nordeste do alcantilado anterior.

Pedras mastodontes. foto original. 02.02.23.

Nova perspetiva do alcantilado desfiladeiro.

Desfiladeiro. Foto original. 02.02.23.

Outra perspetiva da barragem.

Barragem. Foto original. 02.02.23.

Portal para propriedade do Srº Aníbal Rosa, o cicerone da visita guiada.

Portal. Foto original. 02.02.23.

Não visitámos, porque ele não tinha a chave do portão.

(Terá sido neste “monte” que habitou a Tia Rosária Carita nos anos sessenta?!)

Última foto: estrutura moderna de apoio às festas e romarias que se realizam em homenagem a Santo Isidro.

alpendre. foto original.02.02.23

No mês de Maio?! (Hei-de saber!)

Apesar de ser uma antiga localidade, extinta, há sempre quem, no presente, reviva o passado. E acredite e projete o futuro!

Finalizando, um apelo / sugestão deixo:

É importante que várias entidades se organizem para classificar globalmente o Chamiço como um Conjunto Monumental. (Independentemente de partidos, as várias Juntas de Freguesia das proximidades, a Câmara Municipal, os Organismos que tutelam as questões culturais e patrimoniais. Da região e nacionais. É Imperioso que tal se estruture!)

 

05
Fev23

Visita à “aldeia” do Chamiço (I):

Francisco Carita Mata

Em boa hora fomos…

Ponte antiga. Foto original. 02.03.23.

Conforme referi em postal de 03/02/23, em Aquém- Tejo, fui à “aldeia” do Chamiço, mais o Amigo Casimiro. (Filho do Ti Marcelino e afilhado de Dona Maria Águeda, já mencionada em Aquém-Tejo com trabalhos poéticos, também inseridos em “De altemira fiz um ramo”!)

Em boa hora fomos e em melhor voltámos.

Na sua carrinha, seguimos pelo caminho vicinal que parte da estrada Crato – Monte da Pedra, após a passagem de nível do Ramal de Cáceres, já perto de Monte da Pedra, na direção Leste. No local onde estão próximas as antenas das telecomunicações e onde houve, não sei há quantos anos, uns pinheiros mansos. (A Oeste, uns eucaliptos que por lá estão há mais de sessenta anos!)

Seguimos nessa direção do nascente, até ao povoado em ruínas. Esse caminho vicinal está em muito mau estado, como consequência das chuvas constantes deste Outono. E tem de se atravessar a Ribeira do Chamiço, à data, ainda com alguma água, mas que a carrinha transpôs.

Antiga igreja. Foto original. 02.03.23.

Chegados ao local do antigo povoado, a ancestral igreja é o primeiro edificado presente e o único reconstruído. Harmoniosamente branca, combinando com o azul ferrete do rodapé, realça  a colina suave em que se insere, mantendo a forma primitiva, conforme se pode verificar em fotos antigas em que estava em ruínas.

No espaço fronteiro, a norte, restos de um antigo monte, casa de habitação, espaço territorial murado e fechado por portão. (Parada, uma camioneta de caixa aberta, vidros das portas igualmente abertos.)

Ó pessoal!? Ó gente!? Há alguém?! Gritei eu, pois haveria alguém por perto, confiante e de confiança, pois deixara tudo aberto.

Caminhos. Antigas ruas. Foto Original. 02.03.23.

Do lado sul, rua antiga da aldeia, atualmente caminho vicinal, fechado por portão, provieram dois homens, parecendo pai e filho, a quem nos dirigimos. O Amigo Casimiro conhecia o mais novo. Eu apresentei-me.

Feitas as apresentações, explicitados os objetivos, o senhor mais novo, espontaneamente, ofereceu-se para nos mostrar o antigo povoado, em cujo território tem duas propriedades, onde cria ovelhas.

Mas quem é este indivíduo que tão gentilmente se disponibilizou para ser nosso cicerone?! Em boa hora o fez e em boa hora nós fomos, nesse dia e nessa tarde, visitar o Chamiço.

Chama-se Aníbal Rosa e tem ascendentes em Aldeia da Mata. A sua avó chamava-se Francisca Rosa - nome bonito - e era da família da senhora Perpétua Farinha.

Antigo moinho. Foto Original. 02.02.23.

Revelou-se um guia de excelência, levando-nos a conhecer os vários cantos e recantos da antiga aldeia, alguns verdadeiros monumentos extraordinários. Os nossos agradecimentos, pois eu e Mestre Casimiro, não conhecendo o local, talvez ficássemos com muito por ver ou, pelo menos, com muito mais dificuldade chegaríamos aos locais adequados.

.Levadas da água para moinho. Foto original..02.02.23.

Com o que vi “claramente visto”, o que pude observar e fotos que tirei, fiquei com material para criar vários postais.  Irei publicando nos blogues, de modo a dar a conhecer tão interessante povoação antiga, cujo Património necessita ser devidamente trabalhado e salvaguardado.

Forno comunitário. Foto original. 02.02.23.

Aqui deixo o meu apelo às Entidades competentes.

Ponte antiga. Foto original. 02.02.23.

Neste postal nº 123, de Apeadeiro, coloquei fotos de:

Antiga ponte,

Igreja,

Cruzamento de antigas ruas,

Antigo moinho,

Levadas de água para o moinho,

Forno comunitário,

Ponte.

Muitas fotos ficam por publicar. Muita coisa por contar, para além do contado!

*******

Se visitar, respeite o local. Não destrua. Não deixe lixo, S.F.F. Obrigado!

 

01
Fev23

O Apelido Carita e o Chamiço.

Francisco Carita Mata

A Trisavó Rosa!

Roseira da Avó Rosa. Foto Original. 14.05.22.

Quando publiquei postal sobre o apelido Carita e o Alto Alentejo, propus-me divulgar algumas narrativas sobre a origem, melhor, relacionamento, entre este apelido e a aldeia do Chamiço.

A minha Avó, Rosa Carita, sempre contara que a Avó dela vivera nessa aldeia e fora uma das últimas pessoas que lá haviam vivido. (Cabe aqui um parêntesis para mencionar que essa minha Avó Carita foi uma das motivações para eu utilizar no pseudónimo este apelido. Uma homenagem ao seu pendor narrativo. Que ela sabia, conhecia e contava-me imensos contos populares. Eu, criança, pedia-lhe sempre mais contos e estórias, até lhe esgotar a paciência.)

Contava ela que a sua avó aí vivera, tendo vida de lavoura. Mas a povoação foi sendo acometida por salteadores que roubavam e ameaçavam os poucos moradores. A situação tornou-se cada vez mais perigosa, sendo que, numa noite, os ladrões lhe assaltaram a casa, apernaram os criados, a ameaçaram de morte, a roubaram. Face à situação que se tornou insustentável, acabou por abalar para Aldeia da Mata.

(Contava, a minha Avó, que os salteadores vinham mascarados, mas um dos criados da sua avó conseguiu puxar a máscara de um dos meliantes e reconhecê-lo e saber de que localidade era. A Avó disse a terra, mas não vale a pena referir tal facto, ocorrido cerca de meados do século XIX.)

(Não é de somenos referir que a primeira metade do séc. XIX foi de grande turbulência, daí advindo grande insegurança por todo o país. Lembremos a “Guerra das Laranjas”,1801, em que ocorrências militares de diversos níveis aconteceram em toda a região norte alentejana. Depois as invasões francesas, 1807, 1808, 1810, a fuga do rei, a vinda e permanência dos militares ingleses, a revolução de 1820, a guerra civil entre liberais e absolutistas e mais uma série de revoltas populares pelas cinco décadas iniciais do século.)

Mas não é isso que importa. Todavia, não é de somenos frisar que essa insegurança, falta de autoridade do Estado, teve influência na disseminação do banditismo, infundindo medo nas populações, nomeadamente as mais desprotegidas, em localidades mais pequenas, como era o Chamiço. Tudo isso terá contribuído para o acelerar do respetivo despovoamento.

Deixemos a questão nacional e foquemo-nos na saga familiar da senhora Carita.

Na verdade, o apelido era do marido - João Carita. A lavradora chamava-se Rosa de Matos. Tiveram três filhos: Maria Conceição Carita, minha bisavó; Manuel Carita e Francisco Carita, que casou com a célebre Tia Maria de Sousa. Este casal teve apenas um filho, o Dr. João Carita de Sousa, médico, que faleceu muito novo, com trinta e um anos, por volta de 1930.

Sendo este casal, lavradores de muitas posses e não tendo deixado herdeiros, foram os bens divididos pelos vários familiares Carita, tanto os de Aldeia, como os do Monte da Pedra. Que foram muitos mais dos que mencionei, pois havia vários ramos de Carita.

Voltando agora ao tempo presente. No ano passado, 2022, a Prima Arlete Carita, também trineta da citada lavradora “Carita”, bisneta de Manuel Carita, deu-me fotocópia de um excelente texto sobre o Chamiço, que eu desconhecia, de autoria de Prof. Manuel Subtil, publicado no Jornal “A Mensagem”: “O Chamiço, antiga freguesia do Priorado do Crato”.

Aí também se aborda a história da familiar Carita. Publicarei o texto, em capítulos. Também divulgarei outras referências ao assunto, a partir de Etnografia Portuguesa, de D.or J. Leite de Vasconcellos.

*******

(Notas: As informações sobre os ascendentes Carita, obtive-as nos anos setenta do séc. XX, junta da Avó Rosa (1893 – 1978) e do seu irmão, Tio João Carita Valério (21/05/1897 - 1971).

A foto, original, de 14/05/22, é de Roseira branca, no Quintal de Cima. É proveniente de planta que existia no quintal da minha avó. Já a temos no local, há quase cinquenta anos. Veio de rebento - ladrão, a partir da original. Quantos anos terá efetivamente? Quem sabe se não terá também vindo do Chamiço!!??)

 

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