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Apeadeiro da Mata

Apeadeiro da Mata

07
Ago22

Há Festa em Aldeia da Mata!

Francisco Carita Mata

Poema de Dona Maria Águeda 

Araucária e torre sineira. Foto original. 2022.06.30.jpg

«FESTA de ALDEIA »

(Rancho)

 

«Quando há festa na Aldeia

Anda tudo num virote

Ai ai ai ai ai

Homens, mulheres e crianças

Mocidade até velhotes

Ai la ri ai la ré

Ai que linda a nossa festa é

Ai la ri ai la rá

Ai que linda, ai que linda ela ‘stá.

 

Aldeia branca de lés a lés

Casas caiadas com rodapés

Roupas lavadas, espelhadinhas

Que perfumadas nossas casinhas.

 

Água nas bilhas a apetecer

Melhores guisados vamos comer

Lá vem a música nem o rapazio

Vai atrás dela num rodopio.

 

Sobem foguetes e há balões

Reina alegria nos corações

E a repicar dlim dlão dlim dlão

Chamam os sinos para a procissão.

 

Que linda a virgem cheia de flores

Mais os santinhos nos seus andores

Parece o céu que à terra veio

A bafejar-nos em santo enleio.

 

Nesta festinha tão engraçada

Vamos saudar-nos sem dar maçada

Vivam os pobres mais os festeiros

Vivam os ricos e os forasteiros.»

 

Aldeia da Mata, Verão de 1960.

 

In. “De Altemira Fiz Um Ramo – Versos e prosas da Aldeia" – 2018. Ed. De Autor.

*******

(Foto de Araucária, árvore icónica de Aldeia. E da torre sineira da Igreja Matriz. Publico este postal quase à hora da procissão. Saúde e Paz para todos. E bons festejos!)

 

25
Mai22

Poesia dedicada às Fontes de Aldeia da Mata

Francisco Carita Mata

De: «Falcão da Costa / Poeta»

Açucenas a caminho das Pulhas. Foto original. 2022.05.17. jpg

«As Fontes da Minha Terra»

 

«Pus-me um dia a caminhar

Fui ver as fontes da minha terra

E assim pude apreciar

Monumentos de outra era

 

Fui e vi logo a fonte da Bica

Com a sua torneira amarela

E que bem perto fica

Quase junto à nossa janela

 

Caminhei e vi a fonte de Salto

De água pura tão fresquinha

Espera lá no alto

Que enchas a cantarinha

 

Mais adiante vi a fonte das Pulhas

Virada para o Salgueirinho

E no meio das pedregulhas

Vi a beber um passarinho

 

Dei a volta subi ao outeiro

Olhei! e lá no fundeiro

Vi a fonte de Alter

Junto ao caminho do apeadeiro

 

Foi um dia que não esqueço

Andar por estes caminhos

A fonte de Ordem dentro do povo

A do Boneco virada para Pucarinhos»

 

«Falcão da Costa / Poeta»

 

Parabéns ao Sr. Falcão e Obrigado por disponibilizar estas quadras para publicação, enriquecendo o nosso "Apeadeiro da Mata".

 

*******

 

Também em “Apeadeiro da Mata”, voltamos com Poesia. Estas seis quadras, do Srº Falcão, também Poeta. Dedicadas às nossas Fontes. Monumentos singelos, é certo, mas de grande valor. Embora, atualmente, o respetivo valor de uso, não tenha comparação com o que tinham até aos anos sessenta, quando foi instalada a distribuição de água ao domicílio, elas são ainda muito valiosas. Têm um valor cultural, estético, etnográfico. São verdadeiras Obras de Arte. Saibamos nós apreciá-las. E ainda nos fornecem a preciosa água, embora nem todas com a mesma qualidade. A melhor água, minha opinião, é a da Fonte do Salto.

A respetiva limpeza, embelezamento, cuidados de higiene, não deixar lixos, é um dever de nós todos, Cidadãos Matenses ou não! E dos nossos Orgãos Autárquicos, claro!

Mantenham-nas simples, asseadas, e todos ganhamos.

E para quando enquadrá-las em “Percursos Pedestres”?!

Ilustro com foto das Açucenas, a Caminho da Fonte das Pulhas.

E, com este Poema em quadras, continuamos a divulgar Poetas de Aldeia da Mata.

 

21
Mar22

Poema de J. G. P. em "Dia Mundial da Poesia"

Francisco Carita Mata

«Fonte do Salto»

(Poesia de João Guerreiro da Purificação)

 

«Aqui estou,

Com montes de saudades,

De ti,

E das pedras

Que aqui piso com amor,

E daquelas

Que não posso lá chegar

Para beijar.

Aqui estou,

Para beber,

Só beber,

E falar contigo

Até querer,

E ficar

Como se fosse desejado.

Ali está a velha ponte

Com água suja a passar,

Fedorenta e sem vida

Ao pé da tua tão pura.

Ó fonte do salto,

Minha amiga

Das horas más,

Minha esperança.

 

Aqui estou

Não em pensamento

Nem empurrado pelo vento,

Aqui estou

Com o que resta de mim!...

Ah!… Fonte do salto,

Como foi ,

Este caminho

Que contigo no pensamento!...

Percorri,

Mas se a chorar,

Prometi voltar

Para beber da tua água,

Aqui estou,

Bebendo, bebendo

A água pura que vem de ti

Como jurei,

Lá muito longe,

Que viria beber

Da tua bica,

Aqui.»

  

In. “ANTA” Poesias - João Guerreiro da Purificação – Aldeia da Mata – 1992 – Edição de Autor – Gráfica Almondina, Torres Novas. (pag. 92)

******* 

Há algum tempo que não publico textos em “Apeadeiro da Mata”.

Hoje, dia 21 de Março de 2022, “Dia Mundial da Poesia”, um Poema lindíssimo do Sr. João. Sobre a “Fonte do Salto”!

(O poema terá sido escrito em época em que a “Ribeira de Cujancas” corria de água suja, devido ao lagar existente junto a Vale do Peso. Atualmente esse lagar já não funciona, há alguns anos, e a água corre mais limpa.)

(Continuamos na divulgação de “Património Imaterial de Aldeia da Mata”.)

 

Ontem, em “Aquém-Tejo”, também houve direito a Poesia: “Primavera e Paz”!

Ligação para outros poemas sobre Fontes. E também com Fotos:

Fonte-de-alter-poesia

Fonte-do-boneco-poesia

Fonte-do-salto-poesia 

Votos de Saúde e de Paz!

 

10
Nov21

Fonte da Bica: Quadras de J. Guerreiro da Purificação

Francisco Carita Mata

Fonte da Bica. Estrutura base. Foto original. 2021.07.09.jpg

«Fonte da Bica»

 

«Com paciência de velhinha

A transparecer de contente

Vens com a água fresquinha

Matando a sede à gente.

 

És rainha dos segredos

Das fontes da nossa terra

Também tens fama de medos

De há muito a esta era.

 

Humilde fonte da bica

Cercada de olivais

Quem te esquece, a dever fica,

Quem não te esquece, dá ais.

 

Ninguém sabe agradecer

As muitas sedes que mataste

Quem sabe se alguém ao beber

Alguma vida salvaste.

 

Os filhos da nossa terra

Que longe ganham seu pão

Lembram-se bem como era

Beber água na mão.

 

É lindo e tem sentido

Esta maneira de beber

Mas a dor fica contigo

Se alguém te vai esquecer.

 

Se bebo a tua água

Renasce-me a minha vida

De contente volta a mágoa

Ao lembrar a despedida.

 

Tens o Ribeirinho, por namorado,

Que te beija a toda a hora

E lá em cima o povoado

Zelando-te pelo tempo fora.

 

Nas noites quentes de verão

Com rouxinóis a cantar

Enche-nos de alegria o coração

Beber da tua água ao luar.

 

A fama dos teus medos

Que há muito de ti vem

Já não seriam segredos

Se não os guardasses tão bem.»

 

In. “ANTA” - Poesias. Pag. 19 - De João Guerreiro da Purificação. Aldeia da Mata – 1992.

 

Fonte da Bica. Aspeto Geral. Foto Original. 2021.07.09.jpg

P.S. – Com este postal, continuo na divulgação de Património de Aldeia da Mata.

Material: as Fontes, neste caso, a da Bica.

Imaterial: Poesia, de João Guerreiro da Purificação.

Espero que tenha gostado, Caro/a Leitor/a.

 

 

15
Set21

Fonte das Pulhas – Poesia

Francisco Carita Mata

Fonte das Pulhas. Foto Original. 2021.07.08.jpg

Quadras de Srº João Guerreiro da Purificação

Arca da Fonte. Foto original. 2021.07.08.jpg

«Fonte das Pulhas, quem seria

Que te deu um nome assim?

Alguém que sede trazia

Ou mentiu com algum fim.

 

Tu és fonte de mergulho

Sempre assim te conheci

Se do povo tens orgulho

O povo também tem de ti.

 

Dás de beber a quem vem lavar,

À ribeira tua vizinha,

E aos que banhos vêm dar

Nesta ribeira tão sozinha.

 

Que água boa e tão leve

Para os estômagos delicados

O povo muito te deve

E mais os adoentados.

 

Pareces estar esquecida

Neste cantinho tão feliz

Mas a tua graça é tida

Como qualquer chamariz.

 

Vem o Verão, vem o calor

Com o sol, sem dó, a queimar bem

E tu dás água com amor

A quem de muito longe vem.»

 

In. “ANTAPoesias - João Guerreiro da Purificação – Aldeia da Mata – 1992 – Edição de Autor – Gráfica Almondina, Torres Novas.

*******

P.S. – Com este postal, agora, em “Apeadeiro da Matta”, damos continuidade à divulgação de Património de Aldeia da Mata. Património Material: as Fontes, neste caso da Fonte das Pulhas e Imaterial: Poesia. De Srº João Guerreiro da Purificação. As Quadras e as ideias e sentimentos nelas expressos são, por demais, relevantes.

Espero que goste.

A fonte era de mergulho.

Atualmente, desde 1989, o local onde estava a antiga fonte de mergulho foi arranjado, protegido e, agora, é a designada “arca da fonte”. A fonte propriamente dita, com a torneira para se obter a água, está um pouco mais abaixo, quase na Ribeira do Porcozunho.

Penso que as fotos são elucidativas.

Ribeira do Porcozunho. Foto original. 2021.07.08.jpg

Apresento também fotos dos espaços envolventes, alguns bem sugestivos.

Aprecie esta imagem, SFF!

Pedras e pedras. Foto original. 2021.07.08.jpg

O que lhe sugere?!

...   ...   ...   ...   ...   ...   ...

Obrigado pela sua atenção. E votos de muita Saúde.

 

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