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Apeadeiro da Mata

Apeadeiro da Mata

25
Out24

“Meu Canto” – Poema de Rogélio Mena Gomes

Francisco Carita Mata

«O Percurso Interior das Palavras»

      ***   ***

«Meu Canto»

 

«Sigo

o percurso interior das palavras

e o rio da esperança

das águas de todo o ano.

E gritam:

deixa o Dom Quixote

que tens dentro de ti,

larga a lança

que investes

contra moinhos de vento.

 

Ouço,

respiro fundo

e persisto.

 

Sigo o percurso interior

das dores do mundo

e o rio de fogo,

do ânimo,

nas asas do sonho

abertas ao vento.

E gritam:

deixa o voo de Ícaro

que tens dentro de ti,

vê a cera derretida

no pó da frustração,

do rasto sem sentido.

 

Ouço

respiro fundo

e persisto.

Persisto, porque acredito

que o terreno do homem

nos passos da vida,

não se limita ao espaço,

exíguo,

onde se move Sancho Pança,

nem se constrói

nos olhos do ódio

na baba hiante,

na raiva incontida

e no argênteo atropelo

da ambição desmedida.

 

Persisto.

Não sou herói

nem santo,

mas não desisto.

Não apago a minha voz

e persisto.

 

E com as mãos,

ambas,

moldo o barro

das pegadas

que deixo marcadas

no chão do caminho.

 

E nas palavras

que lavro,

nas linhas que escrevo,

deixo o eco e a voz

deste meu canto.

 

In. “O Percurso Interior das Palavras” – pp. 13 e 14

Poemas de Rogélio Mena Gomes

Ilustração de Susana Veiga Branco

***   ***   ***

(Livro interessantíssimo: um Poema – uma Ilustração ou uma Ilustração – um Poema?!)

Revejo-me bastante neste Poema que apresentei supra.

Parabéns, Rogélio. Parabéns, Susana Veiga Branco.

  1. (Apresentação do livro, amanhã, dia 26, Biblioteca de AlcântaraLisboaPortugal.)

 

24
Out24

Homenagem – Tributo a Marco Paulo

Francisco Carita Mata

Hoje, logo pela manhã, deu-me para isto...

Quando falei telefonicamente com a minha Mãe, como diariamente o faço, várias vezes, foi ela que me deu a notícia.

Que o Marco Paulo havia falecido.

Não vou dizer que era um dos meus cantores preferidos, porque não era. Lembro-me dele, desde os festivais da canção, ainda nos anos sessenta/setenta. Naquelas competições renhidas daquela época – quando o festival era o Festival(!) - não torcia por ele ou pelas suas canções.

Nunca foi um cantor ou intérprete dos meus preferidos. Porque não era! Cada pessoa gosta do que gosta e, mentiria se dissesse que era cantor que gostava de ouvir. Que apreciava. Nem quando passava o microfone de uma mão para outra.

Obviamente que também o ouvia, ouvia-se em todo o lado, mesmo na rua – os grandes êxitos – na rádio também, embora preferisse mudar de posto. Na(s) TV(s)…

Mas quero prestar-lhe o meu tributo!

Pela sua capacidade de resistência – resiliência contra todas as adversidades – enquanto Cantor, Intérprete, Artista. Pela sua Voz, que era realmente bonita! (Podendo eu apreciar ou não as suas canções!)

Por se ter sabido impor enquanto Profissional, apesar de todos os detratores. Manter a sua Individualidade, Personalidade própria, o seu Eu!

Alegrou milhões de corações de Portugueses, por cá e por esse Mundo da nossa Diáspora.

O nosso preito de Homenagem.

Espalhou Amor e Luz!

Também pelos seus anos de vida sujeito a vários cancros. Que enfrentou, resistiu, lutou, procurou superar, deu exemplo de abnegação, coragem, resistência, altruísmo, força de vontade. Chegou o seu Dia. Todos teremos o nosso...

Por tudo, merece a nossa consideração e respeito.

Paz à sua Alma.

Descanse em Paz!

(Hoje, deu-me para isto…)

Tenha um bom dia e uma boa tarde, com muita saúde,

Caro/a Leitor/a.

 

18
Mai24

Museu da Tapeçaria de Portalegre

Francisco Carita Mata

Este postal seria, ou melhor, é dirigido aos meus Caros Conterrâneos.

Aos que, eventualmente - poucos ou nenhuns (?!) - me leiam atualmente ou que, pelo menos, me venham a ler no futuro...

20240518_165229.jpg

E, evidentemente, também a Si, Caro/a Leitor/a, que tem a amabilidade de me acompanhar nestes "devaneios" de blogues...

Conhece o Museu da Tapeçaria de Portalegre?

(...   ...   ...)

Não?!

Tão perto fica a Capital de Distrito.

Pois, não conhecendo, não conhece "PORTUGAL"!

Porquê?!...

"Portugal" é o título da Tapeçaria que a foto documenta, da Autoria de:

ALMADA NEGREIROS!

***

Quando tiver oportunidade, aproveite um Domingo de manhã - é gratuito - e visite este excelente Museu - de nível internacional.

Não ficará defraudado.

Até lá, Saúde e Paz!

 

23
Mar23

Hoje, há Pataniscas… de Bacalhau!

Francisco Carita Mata

Ementa de pataniscas. Foto original. 21.03.23.

Amanhã? … não sabemos!

Este postal é dedicado a todos os Conterrâneos Marinheiros. Aos do Presente, aos do Passado, a grande maioria, aos do Futuro.

Nestes tempos especiais de Marinha, neste País de Marinheiros, esta sugestiva ementa.

Adivinhe, SFF.

Onde? (…)

Quando? Foi anteontem, 21 de Março, “Dia da Árvore” – “Dia da Poesia” - que tirei a foto e era esta ementa. Hoje não sei! Ainda

Porquê?! Se conseguir identificar o local, saberá o porquê.

Ainda a propósito de considerações anteriores: Quando o bacalhau escasseia, fazem-se pataniscas!

Ementa de pataniscas. Foto original. 21.03.23.

Haja Saúde. A Paz, que tarda. E, boa disposição, uma certa ironia e algum sentido de humor!

 

11
Nov21

"Vamos dar de beber… à Dor"?

Francisco Carita Mata

Em “Dia de São Martinho” é o que apetece, não?!

Mas não. Vamos beber, sim, mas ainda na Fonte da Bica e num texto original.

Fonte da Bica. Geral. 2021.09.01.jpg

A Fonte da Bica: Descrição de J. Guerreiro da Purificação

«A Fonte da Bica»

Fonte, aspeto central. Foto original. 2021.09.01.jpg

«As nascentes vêm de duas minas do terreno do Senhor António Marques, ou seja, do chão que fica em frente quando se sobe a azinhaga onde está a arca, a pouca distância desta. Estas minas foram abertas pelo Senhor Joaquim Paté Caldeira (o Ti Torrado).

Arca da Fonte. Foto original. 2021.07.09.jpg

A arca desta fonte foi feita depois de ter havido um desastre na primeira. Um caso estranho e que passo a contar. A primeira arca da fonte estava construída no meio da azinhaga, um pouco mais acima da direcção da actual, mas soterrada para o trânsito ficar livre. Mas um dia aconteceu que uma vaca do Senhor José Durão, o antigo dono do terreno onde estão as minas, meteu as patas por entre os cascões de pedra que tapavam a arca. Depois, só com a ajuda de vários homens conseguiram tirar de lá o animal.

Azinhaga acima da Arca da Fonte. Foto original. 2021.07.09.jpg

A Fonte da Bica, é das fontes da terra, a mais procurada pelo nosso povo. Há uns anos, antes de haver água canalizada e a Aldeia com mais povoação, a água desta fonte no Verão era todos os anos muito pouca, o que originava a tão maçadora “espera”.»

A Bica. Foto original. 2021.09.01.jpg

In. “A Nossa Terra” – Purificação, João Guerreiro da – Há Cultura / Associação de Amizade à Infância e Terceira Idade de Aldeia da Mata, 2000. Pag.s 146, 147.

(João Guerreiro da Purificação – Aldeia da Mata – 10/07/1927 – 17/12/1997.)

Fonte da Bica. Geral. Foto Original. 2021.07.09.jpg

Continuo a divulgar as “Fontes de Aldeia”, ilustrando os postais com imagens globais ou parcelares das mesmas.

Divulgo igualmente textos do livro supracitado, de Autoria do “Senhor João”. Assim vou dando a conhecer parte do Património material e imaterial, referente a Aldeia da Mata. Estes textos contêm referências à localidade, reportando-se a um tempo muito diverso daquele que conhecemos hoje.

O “trânsito” referido reporta-se a carros movidos por tração animal: muares: machos, mulas, burros, burras e vacas. O episódio referenciado menciona uma situação dessas. Situar-se-á aí pelos anos trinta, quarenta, do séc. XX. Talvez! Até finais dos anos setenta ainda havia muitos carros puxados por tração animal. Os carros motorizados, em Portugal, só se generalizaram a partir da segunda metade desta década, mercê da melhoria generalizada das condições de vida, especialmente das classes trabalhadoras.

Outro termo citado, a “espera”. Refere-se ao facto de, no Verão, as nascentes das fontes serem mais fracas, pelo que corria menos água nas bicas. Como a procura era bastante, dado não haver água canalizada, as pessoas que iam às fontes, quase exclusivamente as mulheres, ficavam esperando, na respetiva “vez”, isto é, ordem de chegada, até que a água voltasse a correr na bica. Para encherem os cântaros, os asados, as infusas.

Lembro-me da instalação da água canalizada na Aldeia e da abertura de canos por todas as ruas. Corria o ano de 1966! A instalação dos esgotos ocorreu bem depois. Já nos finais de setenta ou inícios de oitenta. (Não me lembro com precisão.)

Mas não pense que estas situações de carências de bens e serviços que hoje consideramos básicos eram especificas das Aldeias. Eram comuns nas Cidades também. Atingiam proporções e condições ainda bem piores do que ocorria no Interior. Basta lembrar os “bairros de lata”, que enxameavam toda a Grande Lisboa!

Nos terrenos do supermoderno “Parque das Nações” existia a célebre “Lixeira de Beirolas”. Frisar que foi a “Expo 98”, que despoletou a requalificação de todo aquele espaço.

Só para lembrar este Portugal, ainda recente, que fomos!

Muito Obrigado e Muita Saúde!

 

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