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Apeadeiro da Mata

Apeadeiro da Mata

09
Jan23

As Cheias: o depois, o durante e o antes…

Francisco Carita Mata

A Ponte da Ribeira do Salto.

(Efeitos das Cheias)

Quando escrevi este postal, ontem, domingo, oito de Janeiro, esteve ainda a chover. Que São Pedro não se esqueceu de nós, tantos anos temos andado a pedir chuva, que a seca nunca mais acabava… Pois, agora, já estamos fartos! Tanta encomenda fizemos, que o Santo está a dar despacho a tudo, que não sabemos quando acabam as cheias e começa outra vez a seca. Uma seca! Ou não há fome que não dê em fartura! (Hoje, 09/01/22, 2ª feira, o tempo melhorou. Está sol, já fui às ribeiras e aos campos, passear e fotografar. Mas não são essas fotos que publico, ainda.)

Antes de continuar, convém frisar que as pontes depois destas toneladas e toneladas de águas furiosas arremessadas às respetivas estruturas, aos arcos, aos parapeitos, precisam de uma revisão técnica, por profissionais competentes.  Para além dos arranjos inerentes, claro! Mas isto toda a gente sabe, infere, deduz. Estou eu prá ‘aqui a pregar padre nosso ao vigário…!

(Já por diversas vezes estive junto à ponte referida, mas ainda não me atrevi a atravessá-la! Hoje também não, apesar de já estar devidamente sinalizada de perigo.)

As imagens pretendem sequenciar uma narrativa sobre a ponte, mostrando os efeitos das enxurradas. A do Salto parece que levou uma sova de todo o tamanho, tal o aspeto com que ficou!

Foto de 22 de Dezembro, tinham estado os funcionários da Junta a queimar uns troncos e ramos que estavam a montante. Ainda corria razoavelmente.

Ponte do salto. Foto original. 22.12.22.

Foto de 30/12/22, também do lado de montante, já correndo muito menos.

Ponte do salto. Foto original. 30.12.22.

Imagem de 20/12/22, dia da Cheia, de tarde, depois das 16h.

Cheia na Ribeira do Salto. Foto Original. 20.12.22

(A estrutura completamente submersa, observando-se o efeito cascata, derivado da obstrução provocada pela ponte.)

E para comparar com a situação anterior, relativamente próxima temporalmente, fotos de 23 de Setembro. Situação completamente diferente, quanto ao caudal da Ribeira. Corria um fiozinho, parte proveniente da Fonte, que corre todo o ano uma água excelente e também da ETAR, situada a montante do Salto e a jusante da ribeira das Pedras, de que falaremos noutro postal. (São fotos originais, mas não de minha autoria.)

Estrutura da ponte, a montante

Ponte do Salto. Foto original. 23.09.22.

Perspetiva da estrutura da ponte, a jusante

Ponte do Salto. Foto original. 23.09.22.

(Esta Ponte é um monumento singelo, rústico, tosco, mas perspetiva um sentido muitíssimo prático e inteligente na respetiva construção. Uma Obra de referência e Monumento notável, face aos diversos condicionalismos e contextos. É só observar bem as fotos!

Tradicionalmente, supõe-se, refere-se, ser de origem romana. Inspirada no conceito das respetivas pontes foi certamente, que existem várias pela região norte alentejana. E esta inspira-se nessas pontes, nomeadamente no arco. Todavia, não atinge a perfeição daquelas de que se tem a certeza do facto de serem romanas. A de Vila Formosa, por ex.

Por outro lado, surpreende-me que nas Memórias Paroquiais, tanto nas de 1758, como nas de 1747, a ponte não venha referenciada.

Mas isso poderá não querer dizer absolutamente nada.)

E o fio de água, que mal se percebe, a montante, na mesma data: 23/09/22.

Ribeira da Fonte do Salto. Foto original. 23.09.22.

Bons passeios, que o tempo parece melhorar.

(Hoje ainda quero ir trabalhar nos quintais.)

E lembrar-me que, em Setembro, andámos por debaixo da ponte, atravessando de montante para jusante!

 

23
Dez22

Feliz Natal: 2022!

Francisco Carita Mata

Um conjunto de fotos sugestivas e evocativas desta quadra natalícia.

O Nascimento. O desvelo, o Amor maternal!

Nascimento. Foto Original. 20.12.22.

Em locais, onde, na infância, íamos recolher musgos para o presépio, na Igreja Matriz.  

Será que ainda se faz o Presépio na Igreja Matriz?! (Não sei de todo.)

Imagens em tapadas limítrofes da Tapada do Rescão, na margem esquerda da Ribeira do Salto.

Ovelhas. Igreja. Araucária. Foto original. 20.12.22

Ruínas de um antigo castelo?!

Castelo. Tapada do Rescão. Foto original. 20.12.22

Colossos pétreos de gigantes ancestrais?!

Colossos na tapada do rescão. Foto original. 20.12.22

No imaginário infantil, todos os sonhos eram possíveis, perante o que desconhecíamos. Podíamos “navegar” em mundos ancestrais ou futuristas…

*******

Um Natal Feliz para todos/as Conterrâneos/as!

Muito particularmente para Si, Caro/a Leitor/a, que tem tido a amabilidade de nos acompanhar neste percurso de postais, neste “Apeadeiro da Matta”. Saúde e Paz!

 

 

16
Dez22

Imagens de um passeio em dia de cheias!

Francisco Carita Mata

Alguns pormenores, nos caminhos das Ribeiras.

Ribeiras que são apenas uma Ribeira!

Frutos de Carapeteiro / Espinheiro / Pilriteiro: Na Estrada Nacional, junto à ponte da Ribeira das Pedras – margem esquerda, lado sul.

Frutos Espinheiro. Foto original. 14.12.22.

Sobreiro descortiçado, realçada a coloração pela chuva: Caminho da Fonte de Salto, quase frontal ao Caminho da Ribeira da Lavandeira.

Sobreiro descortiçado. Foto original. 14.12.22.

Penedo coberto de líquenes, musgos, fetos, também no Caminho da Fonte do Salto, junto ao Chão Grande.  

Penedo. Foto Original. 14.12.22.

Figueira, no Chão da Atafona, no início do Caminho da Fonte das Pulhas / Porcozunho, ainda com muitas folhas, mas já com as cores outonais.

Figueira outonal. Foto Original. 14.12.22.

Foi plantada pelo Tio João Carita, segundo me dizia o Pai. Terá cerca de cem anos! Os figos são pretos por fora e branco-pérola por dentro. (Também se vislumbra um pequeno ramo de figueira da Índia! Esta é bem mais recente. Foi plantada por mim.)

*******

Bons passeios outonais. Com menos chuva!

 

 

15
Dez22

Quantas nomes pode ter uma Ribeira?!

Francisco Carita Mata

Como assim?! Então não tem só um nome?!

Ainda sobre a cheia de 13/12/22, e a Ribeira que contorna Aldeia da Mata!

Ribeira das Pedras e nora. Foto original. 14.12.22

A Ribeira tem um nome oficial: Ribeira de Cujancas. Mas à medida que se vai aproximando da freguesia, adquire nomes particulares, conforme as especificidades dos lugares por onde passa. Esta Ribeira de Cujancas resulta da junção de duas, a montante da ponte antiga da estrada Crato – Monte da Pedra. Uma destas ribeiras nasce perto de Alagoa, seguindo na direção Oeste, passando a norte de Flor da Rosa. A outra forma-se da junção de vários ribeiros a leste de Vale de Peso, na região do Monte do Neves, correndo a sul da referida freguesia. Juntam-se ambas, no local mencionado. Não me lembro do nome de nenhuma delas. A Ribeira que formam é aí batizada como referi. Mas logo a seguir apelidam-na de Ribeira do Cuco, depois Ribeira da Vargem, Ribeira das Caldeiras, Ribeira das Pedras, Ribeira da Lavandeira, Ribeira do Salto, Ribeira do Porcozunho, Ribeira da Tapada Grande, Ribeira do Salgueirinho, Ribeira da Midre, Ribeira da Lameira.

Readquire o nome original, ao chegar à ponte da Linha do Leste: Ribeira de Cujancas!

Para melhor esclarecimento sobre o tema, remeto para postais que escrevi no princípio deste ano, em Janeiro: 24/01/22, 25/12/22, 28/01/22. Não imaginaria, à data, que voltaria a escrever sobre esta Ribeira, ademais no contexto de cheias!

As fotos são de ontem, 14/12/22, com excertos da Ribeira, em locais perto da Localidade e de mais fácil acesso.

A 1ª é na Ribeira das Pedras, vendo-se a nora, que esteve quase totalmente coberta. O lameiro / horta recebeu fertilizante como já não recebia há anos.

A 2ª foto é da Ponte da Ribeira das Pedras. A precisar de obras, que já sugeri noutro postal.

Estrada e ponte da Ribeira das Pedras. Foto original. 14.12.22

A 3ª foto é na Ribeira do Salto, vendo-se a fonte, aonde chegou a água e a ponte, que esteve totalmente coberta pela água.

Ribeira do Salto, fonte e ponte. Foto original. 14.12.22.

A 4ª é na Ribeira do Porcozunho. Vendo-se a Fonte das Pulhas, que também esteve coberta de água.

Ribeira do Porcozunho e Fonte das Pulhas. Foto original. 14. 12.22

E, por agora, por aqui ficamos. Os outros locais específicos que subnomeiam a Ribeira de Cujancas ficam mais longe da povoação e alguns são de difícil acesso. E perigosos com chuva.

Andámos a pedir chuva, há anos! São Pedro fez-nos a vontade. Como dizia a Mãe, no Verão escaldante. "Descansem, que ela não fica lá"!

 

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