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Apeadeiro da Mata

Apeadeiro da Mata

15
Dez22

Quantas nomes pode ter uma Ribeira?!

Francisco Carita Mata

Como assim?! Então não tem só um nome?!

Ainda sobre a cheia de 13/12/22, e a Ribeira que contorna Aldeia da Mata!

Ribeira das Pedras e nora. Foto original. 14.12.22

A Ribeira tem um nome oficial: Ribeira de Cujancas. Mas à medida que se vai aproximando da freguesia, adquire nomes particulares, conforme as especificidades dos lugares por onde passa. Esta Ribeira de Cujancas resulta da junção de duas, a montante da ponte antiga da estrada Crato – Monte da Pedra. Uma destas ribeiras nasce perto de Alagoa, seguindo na direção Oeste, passando a norte de Flor da Rosa. A outra forma-se da junção de vários ribeiros a leste de Vale de Peso, na região do Monte do Neves, correndo a sul da referida freguesia. Juntam-se ambas, no local mencionado. Não me lembro do nome de nenhuma delas. A Ribeira que formam é aí batizada como referi. Mas logo a seguir apelidam-na de Ribeira do Cuco, depois Ribeira da Vargem, Ribeira das Caldeiras, Ribeira das Pedras, Ribeira da Lavandeira, Ribeira do Salto, Ribeira do Porcozunho, Ribeira da Tapada Grande, Ribeira do Salgueirinho, Ribeira da Midre, Ribeira da Lameira.

Readquire o nome original, ao chegar à ponte da Linha do Leste: Ribeira de Cujancas!

Para melhor esclarecimento sobre o tema, remeto para postais que escrevi no princípio deste ano, em Janeiro: 24/01/22, 25/12/22, 28/01/22. Não imaginaria, à data, que voltaria a escrever sobre esta Ribeira, ademais no contexto de cheias!

As fotos são de ontem, 14/12/22, com excertos da Ribeira, em locais perto da Localidade e de mais fácil acesso.

A 1ª é na Ribeira das Pedras, vendo-se a nora, que esteve quase totalmente coberta. O lameiro / horta recebeu fertilizante como já não recebia há anos.

A 2ª foto é da Ponte da Ribeira das Pedras. A precisar de obras, que já sugeri noutro postal.

Estrada e ponte da Ribeira das Pedras. Foto original. 14.12.22

A 3ª foto é na Ribeira do Salto, vendo-se a fonte, aonde chegou a água e a ponte, que esteve totalmente coberta pela água.

Ribeira do Salto, fonte e ponte. Foto original. 14.12.22.

A 4ª é na Ribeira do Porcozunho. Vendo-se a Fonte das Pulhas, que também esteve coberta de água.

Ribeira do Porcozunho e Fonte das Pulhas. Foto original. 14. 12.22

E, por agora, por aqui ficamos. Os outros locais específicos que subnomeiam a Ribeira de Cujancas ficam mais longe da povoação e alguns são de difícil acesso. E perigosos com chuva.

Andámos a pedir chuva, há anos! São Pedro fez-nos a vontade. Como dizia a Mãe, no Verão escaldante. "Descansem, que ela não fica lá"!

 

22
Nov22

A Casa do Porcozunho - Aldeia da Mata

Francisco Carita Mata

Casa porcozunho. Foto original. 21.11.22

Da Horta de “Porcos Unho” (?)

A Norte Noroeste da Fonte das Pulhas!

Esta Casa, por demais interessante, conforme as fotos atestam, localiza-se na margem direita da Ribeira com o mesmo nome. Está em ruínas há dezenas de anos. Nunca me lembro de ter sido habitada. Integra uma propriedade onde, no lameiro bordejando a ribeira, existia uma horta e um pomar de laranjeiras e outras árvores frutíferas. Algumas ainda lá estão. Há sessenta, cinquenta anos, ainda funcionava como horta e pomar. Mas já não havia caseiro.

O Ti Zé da Luísa, o Ti Torrado, o Ti João da Rosa foram os caseiros de que a Mãe se lembra. Digamos que o primeiro, nos anos trinta do séc. XX; o segundo, nos anos quarenta e o terceiro já nos anos cinquenta. Estas correspondências temporais deduzo-as aproximadamente, sem datações precisas, obviamente. O Ti Torrado corresponderia aos anos quarenta, inícios de cinquenta, quando a Mãe trabalhava na carne, isto é, nas matanças dos porcos em casa do Sr. Antero.

Nos meados dos anos sessenta, quem tratava da horta e do pomar era a Srª Joaquina Rosa. Trazia canastradas de laranjas. Costumava deixar duas ou três no adro da Igreja, onde nós brincávamos. Também costumava dar aos meus Pais, quando eles estavam a trabalhar no Chão da Atafona e ela passava com os carregos dos citrinos.

Na época, a propriedade era do Sr. José Machado, que conheci, anos 60/70, que a herdara do tio, Sr. Tavares, que já não conheci. Eram ambos sobrinhos, em diferentes graus, do Sr. Joaquim Pedro Dias.

Casa porcozunho. Foto original. 21.11.22

Voltando à Casa. Repare que tem cor. Um modo um pouco diferente do que estamos habituados como “tradicional” no Alentejo. Hei-de voltar a escrever sobre a Casa. Tentarei tirar fotos mais de perto.

Só que tenho de atravessar a Ribeira, visível na foto, através das passadeiras e entrar na horta, abandonada.

Casa porcozunho. Foto original. 21.11.22

O Sr. João Guerreiro da Purificação escreveu um poema lindíssimo sobre esta casa. Publicá-lo-ei, quando tiver oportunidade.

(Sobre a cor nos edifícios e casas do Alentejo, um dos programas mais recentes de “Visita Guiada” abordou o assunto, nomeadamente referente a Monsaraz.)

Bons passeios outonais, apesar da chuva.

(Continua chovendo regular e periodicamente ao longo dos dias. Faz falta.)

 

12
Nov21

As Passadeiras do Porcosunho! (Porcos unho?!)

Francisco Carita Mata

Sabe o que são Passadeiras, Poldras ou Alpondras?!

Passadeiras Porcozunho. Foto Original. 2021.10.31.jpg

Consultemos a nossa Lexicoteca:

«Alpondras, s.f. pl. (de a+poldras). Pedras que se colocam umas a seguir às outras num rio, de modo a unir as margens e a permitir, consequentemente, a passagem do mesmo a pé enxuto. Pag. 169. Vol. I

Passadeira, s.f. (de passar).1. Alpondras. Pag. 499. Vol. II

Poldras, s.f. pl. (corr. de alpondras). Pedras de passagem, entre as margens de um ribeiro; o m. q. alpondras. Pag. 652. Vol. II»

In. Lexicoteca – Moderno Dicionário da Língua Portuguesa – Círculo de Leitores – Vol I e Vol II – 1985.

*******

Passadeiras Porcosunho. Foto original. 2021.10.31.jpg

Neste postal, interrompemos, de certo modo, o ciclo das Fontes, a que voltaremos mais tarde, e apresentamos documentação sobre o título em epígrafe.

No final do mês de Outubro, coincidente também com o final de semana, dias 29, 30 e 31; sexta, sábado e domingo, choveu no Norte Alentejano.

De modo que, revivendo uma tradição infantil, no domingo, trinta e um de Outubro, ainda a chuviscar, resolvi ir à Ribeira do Porcosunho (Porcos unho?!), a ver como corria a Ribeira. A Ribeira que contorna a Aldeia é sempre a mesma. Chama-se, oficialmente, Ribeira de Cujancas. Mas, nos territórios próximos da povoação, adquire diferentes nomenclaturas, conforme os locais por onde passa perto da localidade. No sítio junto à Fonte das Pulhas, situada na respetiva margem esquerda, designa-se “Ribeira do Porcosunho”. Que nome intrigante(!) Na margem direita tem a “Horta do Porcosunho”.

As fotos exemplificam as respetivas passadeiras, singelos “monumentos” ancestrais. Nalgumas localidades, afirmam que as existentes nas respetivas ribeiras, remontam à época romana.  A água corrente, resultante das chuvadas. Olhando as margens com atenção, observa-se que terá corrido maior caudal.

A Fonte das Pulhas e o leito da Ribeira.

A Fonte e a Ribeira. Foto Original. 2021.10.31.jpg

Barrento, como resultado das chuvadas. E um saco azul! De lixo! Ainda se fosse dos outros…sacos azuis!

Caro/a Leitor/a, espero que tenha apreciado. Obrigado!

 

15
Set21

Fonte das Pulhas – Poesia

Francisco Carita Mata

Fonte das Pulhas. Foto Original. 2021.07.08.jpg

Quadras de Srº João Guerreiro da Purificação

Arca da Fonte. Foto original. 2021.07.08.jpg

«Fonte das Pulhas, quem seria

Que te deu um nome assim?

Alguém que sede trazia

Ou mentiu com algum fim.

 

Tu és fonte de mergulho

Sempre assim te conheci

Se do povo tens orgulho

O povo também tem de ti.

 

Dás de beber a quem vem lavar,

À ribeira tua vizinha,

E aos que banhos vêm dar

Nesta ribeira tão sozinha.

 

Que água boa e tão leve

Para os estômagos delicados

O povo muito te deve

E mais os adoentados.

 

Pareces estar esquecida

Neste cantinho tão feliz

Mas a tua graça é tida

Como qualquer chamariz.

 

Vem o Verão, vem o calor

Com o sol, sem dó, a queimar bem

E tu dás água com amor

A quem de muito longe vem.»

 

In. “ANTAPoesias - João Guerreiro da Purificação – Aldeia da Mata – 1992 – Edição de Autor – Gráfica Almondina, Torres Novas.

*******

P.S. – Com este postal, agora, em “Apeadeiro da Matta”, damos continuidade à divulgação de Património de Aldeia da Mata. Património Material: as Fontes, neste caso da Fonte das Pulhas e Imaterial: Poesia. De Srº João Guerreiro da Purificação. As Quadras e as ideias e sentimentos nelas expressos são, por demais, relevantes.

Espero que goste.

A fonte era de mergulho.

Atualmente, desde 1989, o local onde estava a antiga fonte de mergulho foi arranjado, protegido e, agora, é a designada “arca da fonte”. A fonte propriamente dita, com a torneira para se obter a água, está um pouco mais abaixo, quase na Ribeira do Porcozunho.

Penso que as fotos são elucidativas.

Ribeira do Porcozunho. Foto original. 2021.07.08.jpg

Apresento também fotos dos espaços envolventes, alguns bem sugestivos.

Aprecie esta imagem, SFF!

Pedras e pedras. Foto original. 2021.07.08.jpg

O que lhe sugere?!

...   ...   ...   ...   ...   ...   ...

Obrigado pela sua atenção. E votos de muita Saúde.

 

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