Alguidares de barro, "achados" numas arrumações no sótão.
Atualmente, estes alguidares praticamente não têm valor de uso. Mas já tiveram!
Antes do advento dos plásticos e quando, regularmente, se fazia a matança do porco, eram utilizados para as várias tarefas associadas a esta função tradicional. Direi que ainda tinham utilidade nos anos setenta e oitenta do séc. XX.
Para temperar a carne do porco. Um para as morcelas, outro para as cacholeiras, outro para os chouriços vermelhos, outro para os chouriços mouros, outro para as farinheiras. E, depois eram os lombos!
Este conjunto de alguidares, diferentes em tamanho, têm duas origens de fabricação. Sendo ambos vidrados, os que têm desenhos estilizados são de Estremoz; os simples, sem qualquer desenho, eram fabricados em Flor da Rosa.
Um destes de Estremoz, como podemos ver na foto anterior, está ligeiramente quebrado, tem uma fenda. Mas conseguimos perceber que foi como que cosido, com uns agrafos de metal. O que se verifica melhor na foto seguinte.
E porque documento esta situação?!
Para percebermos que, à época, tudo se reaproveitava. Eram consertados por alguém habilidoso ou então por homens que corriam as aldeias, vilas e cidades do nosso país, arranjando os mais diversos utensílios.
Desde tesouras, facas, … – os “Amola-tesouras”, que ainda por aí circulam. (Bem há pouco tempo presenciei, conversei e fotografei um senhor na Margem – Sul, arranjando estes utensílios, defronte de uma churrasqueira famosa.)
Outros arranjavam vasos, panelas, marmitas, tachos… (…de comer, não os outros, como se chamavam nessa época). Estes eram conhecidos por “Gateiros”. (Não sei se ainda por aí circularão pessoas com esta atividade artesanal.)
E, pronto, Caro/a Leitor/a, hoje lembrei-me de trazer ao blogue estes “Alguidares”!
Conhecia?! Tem na sua casa ou na de familiares?!
(…)
Não! Não quero comprar. Estes bastam-me!
Vender?!
Saúde e Paz!